Meu primeiro livro virtual

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CONFITEOR






Você é realmente livre?

Perguntaram-me e sinceramente acho que sou mas confesso que às vezes...

Temos liberdade de fazer tudo o que nos dá na cabeça?

Na verdade, sempre que se assume um comportamento ético, o cidadão está abrindo mão da sua liberdade para obedecer o código de conduta que a sociedade elaborou através dos tempos e no qual ele ,livremente, se inseriu. Poderia não tê-lo feito, como muitos.

Ele é livre para obedecer ou não ao contrato social e ai reside o exercício do livre arbítrio.

Então, não acredito em destino, que seria aquela sucessão de fatos que podem ocorrer ou não, considerados como resultado de causas independentes da vontade do homem.

Se eu escolho e gerencio bem o meu projeto de vida, as causas independentes que possam ocorrer e que possam prejudicá-lo serão frutos de variáveis ligadas à mecânica social nos seus mais diversos aspectos e nunca algo que remeta a ter sorte, fado , fortuna.

Exemplo: uma poupança arduamente conseguida ser abatida por uma situação econômica adversa, para mim, não tem nada a ver com sorte.

Assim use bem a sua liberdade, até porque, como disse Jean Paul Sartre: “ estamos condenados a ser livres “.

Nossa liberdade é dócil; a indócil, como disse Shakespeare “ é domada pela própria desgraça “

E como pode ser esta desgraça?

Pode vir na forma de um voto mal dado em uma eleição.

As eleições estão chegando.O tempo que no separa dela não é bastante para as nossas reflexões, para uma pesquisa bem elaborada sobre o nome com maior probabilidade de uma boa gestão da coisa pública. Se eu escolho bem, após demorada análise, diminuo as probabilidades de variáveis negativas que possam prejudicar meu próprio projeto de futuro.

A história da cidade não está ligada apenas às pessoas que circunstancialmente a tenham dirigido , mas a todos os seus habitantes. Se há culpados pelos erros cometidos, somos todos.

Quando se lê certos editoriais sobre as ações de governo , fica-se a pensar que ...não há governo.

Outro dia li que ele sabe arrecadar mas não sabe evitar roubos como se fosse só sua atribuição, fazê-lo. Um governo, somos toda a sociedade constituída. Se há falcatruas, malversação da coisa pública é preciso que se tenha em mente que não só o executivo é governo. O Legislativo e o judiciário também são.

Temos ainda um instituto jurídico chamado AÇÃO POPULAR que é um instrumento que pode ser usado por qualquer cidadão que esteja na posse dos seus direitos políticos, sempre que julgar que o patrimônio público esteja ameaçado. Pouquíssimos o usam.

Mas pode-se evitar tudo isso votando bem, usando da liberdade de decidir pela melhor opção mas é um exercício que se desenvolve progressivamente, durante toda uma vida.Usar de uma convicção responsável nas nossas decisões não é coisa de momento. É preciso praticá-la.

Se você é um eleitor jovem, pense nisso. Depois, ficar pelos bares da vida , pelos jornais e outras mídias, denegrindo a imagem de qualquer governo , não adianta nada. Não foi você quem escolheu mas foi o seu pai, seu irmão, é a sociedade à qual você pertence.

O seu carro caiu em buraco , quebrou a roda, o eixo ...o culpado pode ter sido você. Primeiro porque não brecou a tempo. Depois porque não soube votar.

Como se pode ver: é simples.

Omissione?....mea culpa?

Mea não....tua.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da Academia Araçatubense de Letras, ca ciablogueiros.blogspot.com,site aracatubaeregião.com.br e Novapvb-associação poéticavirtual do Brasil

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O BÁCULO

MARIANA


Mariana


A bolsa sob os olhos são lagrimas guardadas. Um dia, você as enxugará para mim. Engraçado, logo eu que pensei ser frio, calculista, um fugitivo das emoções.
De repente e com muita freqüência me pego pensando em como tudo começou.
Foi em uma tarde partícularmente quente, passou um vento esquisito levando nuvens escuras que se formavam. Levou-as para as bordas do mundo que eu via. Pensei: dia mais chato, parece até que vai acontecer coisa ruim. Tenho certeza absoluta de ter ouvido uma voz:
-Amor, me espere; eu estou a caminho.
Em todos os meus sonhos e eles são sempre os mesmos, ouço-te perfeitamente.
Mas naquele dia, pensei:
-Uai, está a caminho...vai para onde?
A grande estrada que sempre trouxe o que eu quis, agora invertia a mão de trânsito...e eu sem saber.
Mas enquanto não inverteu.Aquele vestido rodado e aquele par de sapatos com saltinho. Eles não me lembram a Celly Campelo, lembram mesmo você. Ele moldava o teu corpo longilíneo. A graça que havia no conjunto...
Fomos para o salão, tocava um fox. Mas no momento que enlacei-te a orquestra começou a tocar “ tu és, divina e graciosa, estátua majestosa, do amor...”
-Malditos, tiraram as palavras da minha boca.
Você sorriu...eu tento, mas não consigo esquecê-lo. Quero desesperadamente esquecer ao tempo que luto desesperadamente para que isso não aconteça...dá-se o nome de conflito.
Dançamos silentes, como naquela música diz.
Fiz um gracejo, você me beliscou...sinto ainda a dorzinha. Duas coisas que ficaram gravadas no meu DNA: o sorriso e a dorzinha. Isso e mais aquilo e aquel’outro compondo em mim a mais bela poesia: Mariana.
A voz do tempo vem com o vento, dizendo: não mais...
Mas outra, diz baixinho:
-Não dá bola para o vento, ele é uma besta quadrada. Ele segue o seu percurso e nada percebe, não sabe de nada, o tonto. Ele marca somente um espaço, não o preenche com nada. Nós o preenchemos com nossas esperanças, nossos desejos de rever o que um dia amamos.Para tanto Deus nos deu um coração e nos os completamos com o amor que Ele nos ensinou.
Quer saber, se não fosse para te ver novamente, juro, gostaria de ficar por aqui mesmo.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011




Só um par, mais nada



Era uma casinha , um bangalô ; ficava do meio de um terreno bem arborizado, um vasto gramado verde enfeitado por canteiros bem arranjados de flores. Via-se um balanço, indício de que ali morava uma criança ou
alguém com a alma equivalente.
Os vizinhos morriam de inveja...diabo, como eles conseguem?
Nunca ninguém ouviu um grito, um falar alto que fosse. O casal era visto, estava sempre abraçado, sorrindo; acenavam pra todos, eram cordiais e hospitaleiros.
Não que fossem de receber com constância, mas quando o faziam, eram finos, elegantes, sóbrios. Érica e Hélio eram assim
Ele, com uma carreira já engatilhada de médico. Era cardiologista. Ela, uma assistente social das mais conceituadas e queridas.Ambos, reconhecidos pela competência e responsabilidade profissional...Eram muito meticulosos.
Um dia, coincidentemente, tiveram que, atendendo às suas responsabilidades profissionais, se ausentarem; ele, para um congresso médico na capital do Estado. Ela, para fazer a auditoria em uma das praças mais longínquas da sua sede.Ambos ficariam vários dias ausentes de casa e afastados um do outro.
-Qual de nós chegará primeiro?
-Bem, eu não sei, disse ela. No meu caso, depende dos pepinos que encontrar pela frente. Já o seu, tem dia marcado para terminar.
-Se o congresso terminar no dia programado, te telefono e se você não chegou, dou uma esticada até a casa da mamãe.
Assim acordados, foram e felizes.
No retorno, como os seus vôos, faziam conexão, terminaram a viagem juntos. Quinze dias haviam se passado.
Não se sabe o porquê, mas, dias depois, cada um tomou um rumo na vida.
No banheiro, havia um par de chinelos a mais.



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

...E EU QUE NãO CREIO




Li a bela crônica da jornalista e acadêmica Célia Villela “ sem brinquedos no natal”.
O diálogo do bom velhinho com a menina é bonito e oportuno, posto que nestes tempos de natal é preciso despertar nas pessoas os melhores sentimentos, adormecidos durante um ano de muita luta , na busca não só da sobrevivência mas também da melhor condição de vida que uma mente aguçada,perspicaz aliada a uma grande capacidade de trabalho pode oferecer.
Mas quando ele diz que os homens não se importam mais com os seus semelhantes, acho-o um tanto injusto.
Como esquecer uma madre Tereza, de Calcutá ou uma irmã Dulce, da Bahia, um João Gomes Guimarães , um Olegário Ferraz, uma dona Martina Rico ou dona Elza Zonetti e ainda uma dona Maria dos Anjos Fileto e seu marido Antônio?
Citando esses nomes, presto o meu tributo a tantas pessoas abnegadas e anônimas por este mundão de meu Deus, que se importam sim, com os seus semelhantes.
Aproveito o ensejo para lembrar-me daqueles que se preocupam com a formação intelectual das pessoas, posto estar escrito que não só do pão viverá o homem. Neste contexto o meu agradecimento à Academia Araçatubense de letras que mantém o grupo experimental, incentivando o amor pela literatura. Nas figuras do professor Hélio Consolaro, Maria de Lourdes Campezzi, Cecília Vidigal Ferreira, Yara Pedro, Professora Maria Luzia Vilella e professor Tito Damazo que estão mais próximos do grupo, o nosso muito obrigado aos demais.
Elas não olharam para o próprio umbigo; inclusive , as acho mais produtivas que o papai Noel, que só aparece uma vez por ano. Elas, no dia-a-dia, se preocuparam e ajudaram a quem lhes procurassem. Existe o político que deveria ter acompanhado a placenta para o descarte ( hoje não mais) mas temos os bons, temos as pessoas que acreditam que o melhor é amar o próximo.
Então, o mundo é o que sempre foi deste o momento do BOOM.
O mundo é lindo, segue meticulosamente o traçado do design que Ele elaborou. Já algumas pessoas: Hitler, Mussolini, Valdomiro Diniz, Heitor Gomes, quando Deus as fez, os animais que estavam por perto, caíram na gargalhada.
Outro conceito do bom velhinho que coloco para análise é o de não olhar para trás. Se ele próprio tivesse feito isso não teria esquecido as pessoas que citei acima e tantas outras que se lhes assemelham.Eu olho sim para o passado; lá estão pessoas que eu amo e outras que admiro e que me deram exemplo de uma vida digna.
Por fim, cada pessoa fará ou não do seu saco, a sua felicidade.
A jornalista escreve uma bela crônica sobre o bom velhinho, cria um clima de fraternidade e pureza posto o diálogo ter sido com uma menininha, coloca conceitos que possam ser analisados e fica claro que é preciso usar a ciência para explicar o mundo natural. Mas que ao mesmo tempo, ela, a ciência, não consegue explicar os valores e a realidade da vida. Mas não acredito que a ciência leve ao ateísmo, como pregam alguns.
Podemos crer sem que haja prática religiosa e podemos amar o próximo sem que tenhamos crença alguma...dai o título acima.

Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras

segunda-feira, 1 de agosto de 2011