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terça-feira, 26 de agosto de 2008

O livro e o escritor - Soletrando 26/8/08


José Hamilton da Costa Brito
Terça-feira - 26/08/2008 - 03h01 - FOLHA DA REGIÃO

José Hamilton da Costa Brito é membro do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras.

A história da humanidade se mistura com a do livro. Este mostra um momento importante, histórico ou social, que o homem viveu. Com a humanidade em constante mudança, o livro também foi mudando, sofrendo transformações, tendo começado com as fibras vegetais, os tecidos e ainda em pedaços de barro cozido até aos sofisticados processos de fabricação dos dias atuais.

Nunca deixou de ser o espelho de cada época! Mostra as inúmeras realizações e todos os pensamentos do homem pelos tempos.

Por isso, se diz: "A história do homem se confunde com a história do livro". Quanto mais é usado, mais integra os elementos de uma dada época. Mais serve de elo entre os membros de um grupo ou entre os grupos sociais.

Quanto menos é usado, o que acontece? Uma sociedade mal-informada, despolitizada, presa fácil para os espertos. Não que leiam tanto assim!

O livro é a arma mais simples e precisa para conseguir homens verdadeiramente livres.

Saber é fundamental para querer; é comum a gente ouvir dizer que as pessoas não sabem o que querem. Daí, passam a querer apenas camisetas, tênis, cestas básicas, empregos para parentes.

Quem não sabe o que quer se vende barato; como diz o nosso poeta das multidões: "Se dá a troco de banana". Não ler serve também para encarecer o preço do livro. Se as pessoas lessem mais, maior seria a tiragem, e os custos se diluiriam, determinando um preço menor e de mais acesso.
Mas a maior desgraça é a pobreza cultural, daí o surgimento dos gerundismos, "a nível de", "assumir a responsabilidade", "tomar atitude", pô, ninguém merece. E não é só naquele que não estudou, porque há muitos estudados que não lêem. Vê-se, ou melhor, ouve-se até Ph.D falando essas "merde" (em francês é chique). Como discutir o conteúdo de um livro se não souber lê-lo, interpretá-lo?

Como aceitar ou não determinado escritor, saber das suas idéias e visão do mundo? Também aparecer para o público apenas na noite de autógrafo é muito pouco. Sendo ele a voz da sociedade, é preciso que esteja mais próximo a ela. É por ele que uma época se pronuncia, dá o seu recado. Verifica-se grande distância entre público e escritor.

Um grupo de leitores por excelência é o formado pelos participantes do Grupo Experimental, mas, assim mesmo, pergunta-se, no geral, o nome de um escritor e o que surge: Drummond, Graciliano, Veríssimo, sempre os mesmos. E os escritores de Araçatuba? Por que não são valorizados?
Qual escritor doméstico exerceu ou exerce influência na história de Araçatuba? Influência literária, social não vale. A cidade precisa prestigiar seus escritores e eles precisam ser mais disponíveis à população.
Veja esta notícia na Folha online => http://www.folhadaregiao.com.br/noticia?97526

2 comentários:

sonia disse...

já te disse pessoalmente o q achei do seu soletrando.
sinto o maior orgulho de ter em minha vida alguem tao maravilhoso, competente e aplicado em tudo q faz
sucesso.

Patrícia Bracale disse...

Oh meu amigo, tenho que ler mais, quero tbém a minha liberdade...
Solte nos papéis suas idéias...
Com certeza vou lê-las.