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quinta-feira, 12 de março de 2009

DIA DE PESCARIA


Vida

ARTIGO
Artigo: Dia de pescaria

José Hamílton da Costa Brito
Quinta-feira - 12/03/2009 - 03h01

José Hamílton da Costa Brito é integrante do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras

Qualquer fato ou nomes semelhantes não é mera coincidência. Os heróis existem e estão por aí: um deles sou eu. Três amigos, dois deles duros, compraram um motor de popa de cinco cavalos e, em um final de semana, tocaram para o Aruanã para uma pescaria.

Pescar no Paranazão com um motor cinco...

Chegamos ao destino por volta de três horas da tarde. E às cinco já estávamos no rio. Disse o Carlinhos, vulgo Peruzinho:

- Não podemos descer muito o rio, pois depois, com este motor, a gente só retorna o ano que vem.

Fomos testando os lugares conhecidos, armando alguns anzóis de galho, e nos distraímos; quando demos conta, estávamos longe do rancho. Já era noite e resolvemos voltar. Mais acima vimos uma galhada ideal para armar um anzol de galho. O Peruzinho, no timão, calculou mal e

o barco entrou muito na ramagem. Quando o Aílton levou a mão para amarrar o anzol, gritou: " Meu Deus, uma cobra me picou".

Imediatamente, fomos a socorro do amigo. Eu segurava o "sealed bean" – tem gente que não sabe o que é isto – e iluminei a infeliz mão. Realmente havia marca de sangue.

- Aílton, a cobra não te picou.

- Não, ela picou a tua mãe.

Não havia a marca característica, mas um risco onde havia algum sangue.

Não houve jeito, o homem estava nervoso. Fizemos o que foi possível e subimos o rio... com o motor cinco.

Bem, foi um drama; o macho choramingando, pedindo pra gente cuidar da família dele, fazer um belo enterro, etc, etc.

O amigo dormiu, passou-se um bom tempo. Aí, eu falei pro Peruzinho:

- Olhe o sono tranquilo do moribundo: há um risco de espinho e não uma picada.

Disse o Peru:

- Tô sabendo, a cobra mordeu o r... dele.

Continuamos a volta mais tranquilos. Ocorre que, quase chegando ao rancho, vimos, pela luz do farol ("sealed bean" é um farol ligado a uma bateria) um conhecido que negociava com motores de popa e paramos para tentar uma troca com aquela praga lerda do nosso motor.

O papo corria solto quando ouvi um resmungo:

- Eu morrendo aqui e estes FDPs vendendo o MEU motor de popa.

Um comentário:

Cássia disse...

Ei, amigo...dias de pescaria tem de tudo!!rsrsr...nem precisa o espelhinho de barba quebrar prá promessa dificil...o forno-de-jirau num esquentá, o sol num dá, rebate o vento, encreca com quem tem saúde-de-ferro, o traseiro é impinado demais no barco, mal-de-boca e comida necas!!rsrsrs....isso faz parte!Pescaria tb tem seus milagres...mas tudo vale a pena né???Bjssss*K*