Meu primeiro livro virtual

terça-feira, 22 de setembro de 2009

COISAS DO SACI


-Pedrinho, pega o cavalo e vai buscar o pai, ele chega na jardineira das duas.
Cavalo, meio de transporte nas noites que iam para a vila, uns quilômetros longe da fazenda. Havia um mata-burro e mais afastada, uma grande e velha figueira... E na velha figueira...
Cristiano, um mulato desdentado, dizia que ali tinha um “trem quarqué”:
- -Mininu, passando na figueira, parece que o cavalo fica pesadão, que tem "arguém" na garupa, um bafo quente na nuca... diabo de coisa danada, sio!
E toma gozação.

- É o teu namorado que morreu, vem dar um passeio contigo pra matar saudade.
- Oia sio, num brinca ...
Um dia, Pedrinho, tarde da noite e só, sentiu um frio na espinha, o cabelo arrepiou. De repente, o trote do cavalo ficou esquisito e não adiantou dar na espora... tinha algo ou alguém na garupa.
- Minha Nossa, quem está ai? È o capeta?
- - Não, sou o filho dele. Quando perdi a perna, meu pai, desgostoso, foi morar em Brasília e me deixou aqui na figueira.



José Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia Araçatubem]nse de Letras.







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