Meu pai, meu Deus, sinhô.
Onde foi qui eu errei?
O qui qu"eu fiz de errado?
Nunca Te senti ao meu lado.
Em mim, o Sinhô num morô.
Eu sempre vévi suzinho.
Neste mundão de meu Deus.
Mesmo assim, por Ti, isquicido
procurei pelos passos Teus.
Neste mundo du capeta
Cometi somente um erro:
Amar uma linda cabocla.
Sinhô? Não, num foi a Tereza.
Essi é um otro causo, meu Pai.
O meu foi lá cum Clotilde.
Sempre fui um homem cristão.
Procurei o caminho du bem.
...ensinou-me a santa maêzinha.
Desgraça foi querê uma zinha...
Sabe Pai, administra-se o coração
mas se o assunto é... perdão meu Pai
mas se o assunto é tesão?
U qui é qui um macho pode fazê?
Inda si eu num tivesse visto...
Meu peito num teria si partido.
...nem estaria aqui, a chorá.
Mas agora, meu Pai, u qui faço?
Na terra, felicidade, num tive.
No céu, futuro comprometido
pois cometi o maió dus erro.
Sim, o mesmo que se deu cum Tereza.
...No meu causo, nem u dotô fui chamá.
Fiquei vendo ali, bem quietinho
minha própria vida, agonizá.
José Hamilton Brito, membro do grupo experimental da Academia Araçatubense de Letras.
Poesia colocada em terceiro lugar no concurso de poesias "OSMAIR ZANARDI" promovido pela Academia Araçatubense de letras. Aqui, cumprimento a senhora Marianice Paupitz pela segunda colocação e o senhor, meu amigo, Marcolino Rosa como o grande vencedor.
3 comentários:
Deus os abençõe! Os três são merecedores dignos de tal sucesso! Já era hora. Ufa! Parabéns! Pena não ter estado lá para abraçá-los. Mas receba o calor dos meus braços, mesmo a distância.
Intertextualidade com primor! Parabéns mais uma vez. Sabe que depois da leitura, senti saudade da Teresa e fui ouvi-la?
Linguagem fenomenal e realmente merecedora de premiação.
Poxa, Hamilton, já está pegando mal...entro aqui e só consigo deixar "rasgações de seda".rs
Grande beijo
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