Meu primeiro livro virtual
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
ESCREVIVÊNCIA
E o troféu MUITO OBRIGADO de 2011 goes to.......Maria Aparecida Baracat, a dona Cidinha, Presidenta da Academia Araçatubense de Letras.
Um dia este troféu foi para o Professor Hélio Consolaro por ter criado o grupo experimental da mesma Academia.
Sou otimista quanto ao rumo da cultura literária em nossa cidade enquanto pessoas como estas existirem e conseguirem ter junto delas outros abnegados.
“ Quando eu morrer, minhas memórias vão se perder. Mas não quero que se percam. Tenho de dá-las para alguém que tome conta delas. Aí me vem a aflição por escrever. Quando escrevo. estou lutando contra a morte. A morte das coisas que o meu amor ajuntou e que vão se perder quando eu morrer”
Assim disse Rubem Alves em Se eu pudesse viver minha vida novamente....
Mas não vão mesmo, pensou dona Cidinha...não vão se perder meeeeesmoooo enquanto depender de mim.
Não iria depender só dela porque a Marilurdes Campezzi, a Cecília Vidigal Ferreira, a Yara Pedro, o Dr.Glenn Wood se uniram ao projeto. Alias a Marilurdes – Lula - coordena um grupo de estudos sobre textos lá mesmo na Academia.
Pensando, agiram e agindo criaram o Escrevivência.
Como o feliz nome já diz, as pessoas que o integram escrevem sobre as suas vivências, sobre fatos que marcaram as suas vidas e o fazem sem nenhum constrangimento por terem atingido a maturidade que as libertam de preconceitos e outras coisas do gênero. O grupo existe para pessoas com idade de 60 anos e acima.
Todas as quintas feiras de cada mês ele se reúne na sede da Academia ali na Joaquim Nabuco, 210, 19h30.
Cria-se um ambiente propício ao recolhimento com uma música suave, dá-se um tema para ser pensado e depois as pessoas falarão sobre ele.
Um deles , no qual a choradeira rolou solta, foi o Pai. Sugeriu-se até que a Academia fornecesse caixas de lenços. Alguns dos escreviventes foram descobrir depois de muito tempo que os seus pais eram apenas pais e não heróis garbosos cavalgando cavalos brancos e colocaram no texto sem o menor constrangimento. Uma pessoa com menor idade talvez tenha esta convicção, mas revelar para outras que acabaram há pouco de conhecer e sobretudo para si mesmas? Sei não.
Li que Franz Kafka escreveu uma carta para o seu pai, mas não teve coragem de enviá-la. Não era só ele que tinha cisma do velho. Muita gente tem, a considerar o que foi revelado naquele pequeno grupo. Nota-se nas entrelinhas uma tensa relação que existiu entre alguns pais e seus filhos.
Outro tema abordado com empenho foi Deus, coordenado pelo Doutor.Glenn Wood ; alguns criacionistas mostram nesgas de evolucionistas. Eu, por exemplo.
A Acadêmica Yara Pedro coordenou o grupo e deu como tema: O baile que você gostaria de ter ido. Notou-se uma certa inclinação em revelar mais do que poderia ser revelado. A tentação de contar sobre aquele neguinho (a) que apareceu assim assim, foi grande.
Cecília Vidigal Ferreira, aquela que sabendo, compartilha, coordenou o grupo no tema: O que eu gostara de receber ou dar de presente. A maioria preferiu dar que receber.
Só eu preferi receber.
-O que?
-ah! Um certo sorriso que alguém me deu em um baile de debutantes há pelo menos...deixa pra lá. Mas eu gostaria de revê-lo.
E assim os temas vão se sucedendo a cada encontro , com a coordenação dos membros da Academia: que água eu gostaria de ser, o retorno, a amizade,.
A gente se reúne , conversa, escreve, canta quando a Marilurdes Campezzi , a Lula, lança mão do pinho ou a dona Manuela Trujilo, a mãe da música de raiz de Araçatuba, canta uma das suas preferidas.
Um luxo para o qual os de sessenta anos estão convidados e a eles dou um conselho: revisem o seu passado e conte. Por isso é que dizemos que no grupo se faz psicoterapia literária.
Uma lágrima que caia é uma mágoa a menos no coração , uma marca a menos no rosto e um sorriso que se eterniza
Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras, ciadosblogueiros.blogspot.com .site aracatubaeregiao.com e Nvavpb (academia virtual poética do Brasil.
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Um comentário:
Oi, Hamilton. Interessante a proposta do Escrevivência. Muito bacana também, através do seu texto, conhecer um pouco do que se faz em termos de Literatura aí em Araçatuba - ao que parece, uma cidade que cultiva a cultura e as letras. Meu abraço e feliz 2012.
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