Meu primeiro livro virtual
sábado, 15 de dezembro de 2012
TEMPO BOM
Tempo bom, que não volta mais...!
Pudera, eu tinha entre quinze e dezoito anos. Acho que tudo é bom quando se tem... muito bom.
Mas, podia melhorar e melhorou, mesmo tendo que enfrentar o Sargento Torres, lá no Tiro de Guerra,
Ele sabia morder, mas sabia assoprar também. Uma vez nos pegou de farda, na Capitão Vitorino...Putz grila, era Campo Grande, com certeza. Mordeu doído, depois assoprou. Carinha maneiro; que esteja bem onde estiver.
I.E., na frente, aquele murinho, a gente ficava por ali. Qualquer janela entre as aulas e íamos para lá. Até que veio a quermesse da creche Santa Clara de Assis. Assim que o Carlos Gonzaga começava a cantar Diana, não ficava ninguém nas salas de aula.
Época do Cine São Francisco, seis horas e as filas imensas. As lindinhas fiavam sentadas e os lindinhos, a circularem, pisca daqui, pisca dali até... Bimba, a cadeira ao lado estava guardada para algum herói.
Um dia, um conhecido estava com a mão no ombro da namorada; veio o lanterninha:
- Tira a mão daí.
- Moço, ela é minha noiva.
- Tira a mão daí, moleque.
Tirou.
E colocou na fuça do camarada, que saiu rolando pelo magnífico e sujo tapete vermelho.
Enquanto isso, respeitabilíssimo senhor que hoje circula pela velha senhora, como diz o Napo, queimava aqueles barbantinhos fedidos, lá em cima, no Pullmam.
No toca discos cedido por uma firma, ouvíamos Agostinho dos Santos, Trio Irakitam, Xavier Cugat, Connie Francis, Eddie Gourmet, Los Panchos, Perry Como, Toni Bennet. Graças a Deus não haviam inventado o pagode e o funk e sertanejo, só se ouvia nos rádios.
Depois, o fut, futi, fute, ,o footing...Ah! sei lá
Se ontem fosse hoje, depois do cinema, em vez do footing, a moçada iria a procura dos videokês do Tom, da Rita, do Iari, do Sizar, destas pragas que infestam a cidade.
Um interminável vai pra lá, vem pra cá. Agora, elas é que andavam. A moçada, parada na calçada, com aquele jeito Alain Delon de olhar, cigarro na boca pendurado a La Humphrey Bogart, cara de John Wayne enfrentando o Touro Sentado. Não sei como a gente não ficava cego de tanto piscar.
Pingüim, Delícia, Marajoara, Saci, Bancários, T. Maia. Tudo ali na mão.
Ai, a gente ia levar a eleita - em alguns casos, a coitada - até a sua casa.
No velho oeste havia menos perigo, mesmo com Apaches, Chayenes, Sioux, Utes, Cavalo Sentado , Cochise, o diabo.
As turmas dos bairros: turma do Santana, da Santa casa, da Estação, do Bairro São João... pelamordeDeus!!!!
Nunca levei tanto tapa na oreia...
-Hein! Tapa na orelha?
Tapa na orelha era coisa de bambi; o correto para um macho era mesmo tapa na oreia.
Levá-los-ia novamente.
Dançar em Birigui, no Nipo-brasileiro era outro suicídio. Até a desgraçada da litorina chegar aqueles índios ficavam no cerco.
Hoje Araçatuba é outra cidade, mais moderna e cheia de graça, mas aquela eu não esqueço. Também não sei se é dela que eu tenho saudade. Acho que tenho saudade mesmo é de mim...e dela.
Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras-ciadosblogueiros.blogspot.cm
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2 comentários:
Viajei contigo, Hamilton. E se pudesse, não voltava mais! Muito bom texto.
Feliz Natal, muita saúde e alegrias.Que o ano novo traga muitas realizações. Abraço!
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