Canção de amor
Os olhos... tinham uma cor de...sei lá, acho que Deus ainda não revelou ao homem um adjetivo que possa descrever tanta beleza.
A boca, lábios carnudos; os cabelos pretos e levemente ondulados desciam sobre os ombros, qual singelos fios de água, correndo pelas pedras.
O corpo... não era apenas uma questão de simples simetria. Passava mais que isso. Estava mais para sinfonia. N ao uma daquelas tipo Nona, daquele alemão , primo do Alzheimer e sim uma lembrando Vivaldi, bem suave. Olhando para ele, ouviam-se os querubins e serafins sussurrando uma canção de amor.
Depois chamam de fetiche a fixação por determinada parte do corpo. Alguns, mais tontos, gostam de pés e mãos... eu acho que mamei pouco.
Se há um lugar na terra no qual quero morrer, este é em um colo de mulher; melhor, daquela mulher. Ainda nem tão mulher assim. O criador ainda trabalhava naquele corpo de menina-moça e vocês sabem como Ele é generoso quando escolhe uma para tornar realmente bela.
Já tentei compará-la com tantas coisas: com uma flor, com a estrela mais brilhante, com a ravina mais verde, com o canto do pássaro mais canoro, com um sorriso de criança, com a dignidade de um rosto marcado pelo tempo.
Aqueles olhos... seriam verdes? Olhos verdes, já disse um poeta, são traição. O modo direto de olhar, a firmeza em sustentá-lo revelavam, no entanto, dignidade de caráter.
Pernas longas em um corpo longilíneo mostrando um equilíbrio entre as belas partes que compunham um todo mais que perfeito.
Não vou dizer que é uma deusa para não desmerecê-la; as deusas que conheço, inclusive aquelas mais bonitas da mitologia grega ou romana, ficam a lhe dever. As do mundo contemporâneo, as chamadas fashion, top model ou sei lá mais o que... tadinhas.
Cristo, que mulher é essa?
Então, estou aqui tentando descrevê-la, mas não encontro palavras. Comprar um dicionário? não vai adiantar.
Existem mulheres que são a imagem viva do pecado; o que ela passa não tem nada a ver. O Criador não daria a ela esse papel, mas eu adoraria pecar com ela, mesmo que tivesse de queimar eternamente em todos os fogos de todos os infernos e ter ainda como castigo, torcer pelo Corinthians.
São tantos os detalhes perfeitos. Pintá-la como descrevê-la só mesmo, só mesmo... só mesmo quem? Deus já a fez, retratá-la cabe a nós e nós, pobres de nós...
Se eu pudesse pararia o tempo, prendê-la-ia; mandaria em seu coração, penetraria na sua alma e faria das nossas vidas, uma linda canção de amor.
José Hamilton da Costa Brito, membro do grupo experimental da academia experimental de letras.
Um comentário:
Que cantem os anjos a teu louvor. Amém
Postar um comentário