Na verdade, não chega a ser um
tugúrio.
Existem muitos pelo mundo; o meu,
apesar da simplicidade não equivale a
um.
Mas, seja como for, não existe
lugar onde uma pessoa possa sentir-semais segura.
Agora mesmo, 04h50 e eu aqui no computador com vontade de produzir um texto e sem saber exatamente
sobre o que falar.
Perto daqui ouço alguém dar um grito esquisito, angustiado
e fico prestando atenção.
Nada mais se ouve. Volta o
silêncio da madrugada. Ainda bem que por aqui ninguém aproveitou o silencio para roubar
o meu violão seresteiro e nem foi embora levando a minha inspiração.
De repente sinto uma segurança
que há muito não sentia. Ouço uma música com a Orquestra de Henry Mancini, um coral
bem regido... Paz.
Não sinto a ansiedade se
manifestando ante um momento de alerta provocado por um grito mais ao longe de
casa, pressupondo um perigo em potencial.
O mundo é um lugar perigoso
quando a pessoa é ansiosa e eu tento não ser, pois este estado reduz a qualidade de vida.
Quando ouço alguém dizer que não vai a determinado lugar
porque é perigoso, pode haver um assalto, uma bala
perdida e se priva de sair com os amigos, deixando bons momentos sem serem
vividos fico até com pena.
São “clientes” para a ansiedade
generalizada, para a fobia social, um mal que atinge boa parcela da sociedade.
Ah! Agora escuto When
you tell me that you Love me ainda com o
Mancini...
Atenção, com o Mancini e não com
o Mazzini apesar deste ser um grande músico aqui mesmo da
terrinha.
Continuando com o tema segurança,
ansiedade, li que todos têm e que ela é útil como mecanismo de defesa mas , quando se torna exagerada
torna-se um problema de saúde.
O que poderia ser apenas um
ligeiro arrepiar dos cabelinhos , um sinal de alerta, passa a ser
algo maximizado para uma secura na boca, um suor
frio, uma vertigem e sensação de pânico.
Não permita que esta fase se
instale em você, tente combatê-la com racionalidade e bom senso.
Não é para deixar de esquentar a cabeça mas, simplesmente, não
deixar que ela surta. Hoje existe
medicamentos e especialistas para
atenuar a doença mas, melhor é não atingir este estágio.
Melhor do que ingerir doses generosas do ácido Gama-aminobutírico é fazer como o André Rezek
que se delicia com os Pinot
Grigio Delle Venezze e Domene de Solitude da vida.
Onde você estiver faça como se
estivesse no seu tugúrio pois ele é um recôndito que só você conhece e
jamais poderá ser atingido.
Sêneca disse :” A alma é mais
forte que qualquer tipo de sorte”.
Não acredito muito em destino,
sobretudo naquele que dizem já vir traçado para as pessoas mas, se existe mesmo, podemos moldar o nosso espírito para
vencer as dificuldades da vida, fazer com
que a boa sorte sorria para nós.
Nenhuma má sorte vai atingir você
se a sua mente estiver sempre confiante.
Ficar atento às influências
negativas, escolher bem os lugares que possa frequentar , saber como
proceder com responsabilidade são
as providências que uma pessoa
deva tomar para diminuir a probabilidade de um acontecimento
nefasto...Mas deixar de viver, mergulhada em eterno medo, em constante e
exagerada ansiedade é, como se diz no
popular, marcar bobeira...Ou ainda,
ter morrido e esquecido de
deitar.
A irmã lua foi embora. Ainda deu
uns beijinhos no seu eterno namorado que apareceu radiante, jogando os
seus raios luminosos pelo mundo.
Com ele, o romantismo da noite se
foi como foram também os perigos existentes na sua calada. O dia é
menos romântico mas é mais prático e seguro pela maior clareza que propicia
às nossas decisões.
Assim decida: se tiver que ser,
que seja.
Vou sair do meu tugúrio para a
vida.
Eu sai e me dei bem.
Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras-ciadosblogueiros.blogspot.com
2 comentários:
Oi Hamilton!
Texto maravilhoso. Pena que eu já estou a muitos anos contaminada por este medo. E é verdade deixo de sair , de viver e de deixar viver meus filhos. Psiquiatra não funciona! è um amigo bem pago! Ansiosidade excessiva é meu mal.
Bem uma boa noite e que o sol venha depressa me fazer feliz.
Belo post, mas você é professor neste assunto.
Beijos
Elaine Crespo
Um texto pleno de reflexões e valiosos conselhos, sem escorregar na auto-ajuda. Muito bom, Hamilton. Grande abraço.
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