Meu primeiro livro virtual

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

TERCEIRA IDADE




Vida

José Hamílton da Costa BritoQuarta-feira - 25/02/2009 - 03h01


Artigo: Terceira idade

José Hamilton da Costa Brito é integrante do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras




O João Ubaldo Ribeiro prefere o termo ancião; terceira idade, melhor idade, nem pensar.

Diz que uma qualidade de vida na velhice implicou em uma vida sem graça na juventude.

Sei lá, acho que não foram os voos rasantes no Capitão Vitorino ou os agarras na Panela de pressão ou ainda as Antárticas do casco verde do Delícia ou do Pinguim que provocam as mazelas de agora. Era o que a gente tinha. Seja o que for, tudo tem remédio... para remediar.

Cura? Por sorte da geração "hully Gully", a medicina evoluiu tanto que a qualidade de vida hoje pode ser alta mesmo com a baixa vivida na juventude.

E tem gente que não a procura. Prefere levantar com o diabo no couro porque o couro não deu no couro. Pura ignorância, que no caso não é falta de conhecimento, ele sabe onde está a solução, mas "ah! Meu, acha que vou falar disso para o médico?" Amar e fazer amor estão ao alcance de todos. Fazer amor... Naqueles tempos, o nome era bem outro, mas é tudo a mesma coisa. Caramba, as desculpas de antanho não servem mais, o BNH está quitado, filho formado, carro pago, gerente TAMBÉM aposentado. Ah! Não sei o que está acontecendo comigo! Saaaabe.

Vive de briga com o mundo e a cura está logo ali. No consultório médico e no comprimidinho azul. Mas tem muita gente inteligente por aí, o que tem de neguinho e neguinha assanhada dá gosto de se ver. Havendo vida, há desejo, e se a mútua troca se realiza, vale a pena viver. Nesta idade não há cobranças, exigências, ansiedade. Não há paixão? Duvideodó...

- Cara, fico contente ao ver minha mãe sair com as amigas, com a bundinha arrebitada rumo ao baile, feliz da vida.

- Mãe, quem é o Tião?

- Sai pra lá, mininu, cuida da sua vida.

Quem pode não estar gostando são os fabricantes de antidepressivos. A vantagem, como as coisas funcionam mais devagar, aproveita-se para dar maior romantismo, falar coisas... aquelas coisas que a gente já não mais falava. Daí nasceu o ditado de que a pressa é inimiga da perfeição. Deixa-se de fazer amor para, realmente, amar.

Então, amigo ou amiga, se aquela piscadinha foi correspondida, manda brasa, encare e não fuja da sua obrigação de ser feliz.

Pode surgir algum probleminha de percurso, mas acontece na vida de todo mundo. De resto, que se dane o Corinthians.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Vida
Artigo: Resposta

Jósé Hamilton Costa Brito
Quinta-feira - 29/01/2009 - 03h01

José Hamilton da Costa Brito é integrante do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras

Outro dia, lendo o artigo do senhor Ventura Picasso, percebi o seu descontentamento com o rumo que as coisas estão tomando, já neste início de governo municipal.
Ele se refere à decadência política, à interferência de conhecida eminência, sei lá se é parda, dirigindo as coisas na câmara, segundo os seus interesses. Fala ainda em decepção de ato administrativo e termina perguntando se o eleitor acredita se alguém poderá chantagear o governo.
Minha resposta é: tenho sérias dúvidas.
Será preciso ainda quatro anos para que, eu pelo menos, possa acreditar em políticos. Acredito em política e gostaria que ela fosse praticada em alto nível, beneficiando à sociedade e não uma sociedade.
Qualidade deixou de ser diferencial e passou a ser pré-requisito (... e agora), mas não a vejo em número que possa provocar um fio de esperança. A sociedade não pode mais aceitar um governo, seja de que nível, ineficiente, inchado, perdulário. Vejamos nossa cidade, não tem mais lugar para um mísero buraquinho nas ruas.
É preciso um governo com estrutura flexível e em condição de dar respostas rápidas à sociedade; a eficiência das empresas do setor privado pode ser conseguida pelo setor público.
Ao homem cabe a tarefa de pensar, ser criativo, ter ideias, mas o cenário não muda: o que um extingue, o outro refaz, e entra governo, sai governo, nada se cria.
Não é o tamanho da máquina administrativa que vai fazer o milagre e sim a sua eficiência, sua criatividade; só assim um governo poderá surpreender e encantar seus governados, oferecendo benefícios que superem a expectativa.
Quem sabe possamos, um dia, responder à pergunta do senhor Ventura, com segurança.
Sintomas animadores já aparecem: o investimento na Cultura merece os nossos elogios.