Meu primeiro livro virtual

terça-feira, 23 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Velho no blog....







Lugar de velho é ao lado do berço do neto ou com a tesoura e o regador, cuidando do canteiro de flores, no jardim...”veio” no blog, definitivamente, não dá certo.
Falam em conflito de gerações e outras teorias que, no final, dizem a mesma coisa. Nada disso, não há conflito... Apenas separação de jeitos de ser.
Falando nesse tipo de comunicação, um senhor, mesmo com o espírito ainda de trinta anos, como eu, resolve abrir um blog para postar as suas crônicas, contos e poesias. Não se atem aos temas sisudos, compenetrados como deveria ser com um “cabra” da sua idade. Aventura-se por assuntos, digamos, mais feceninos, justamente para ter acesso a esta geração mais liberal, menos comprometida com valores “ inventilados” – se o Maggi pode, eu posso também – e o que acontece?
Outro dia postei no meu espaço uma crônica, Só 40, com um final que sugeria uma bela cantada por parte da dama, coisa só possível em nossos dias, enfatizando a igualdade de direitos, mostrando que se há o interesse de uma mulher por um homem, ela também pode se insinuar. Mostrando ainda que não há mais posições fixas de caça e caçador, que a ação demonstrará quem é um e quem é outro no jogo da sedução.
Pois muito bem, uma linda e talentosa fofa disse, no comentário: oi, comenta lã no meu blog.
Ela nem leu o meu texto, nenhuma consideração fez, nada que tivesse sugerido que, ao menos o nome, tivesse lido.
Mas, se duvida, leia os comentários trocados entre eles: oiii foooofa, qui chiqui!, ou então: ameeeeeeiiii!!!, também tem: nooooosssaaa, você aaaaaaarrraaasssouuuu!!!!; não falta o: você estááá´bombannnndooo, querida!!!
E entre pessoas mais maduras a gente tem que tomar cuidado. Ou você concorda com o que é dito ou cala a boquinha; você pode falar o que quiser, desde que concorde.
Temas polêmicos, que são os que dão margem à troca de opiniões não geram comentários pertinentes, não são esmiuçados a contento e, quase sempre, vê-se a superficialidade dos comentário.
Quantas vezes eu mudei a minha opinião por ter prestado atenção em uma que confrontava a minha.
-Ah! Então você não tem personalidade, é dos que mudam com facilidade.
Não mudo com facilidade, mudo com a força e a consistência da opinião contrária a minha.
Jovem não lê velho porque o papo desse não é Funk, noir, sepulturesco, havvy. Velho gosta mais de Silvio Caldas do que de Alice Cooper. Velho não lê velho porque se acha superior, mais gostosão da bala chita, mais intelectual.
Resultado: vou continuar com o meu blog e escrever só para mim. Afinal, mais lúcido e inteligente que eu....quem?


José Hamilton Brito,membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Só quarenta






Há quem diga que os tempos mudaram....para pior.
Licenciosidade, liberalidade e afins, seriam as características do mundo de hoje.
- Não acho. Para mim nada mudou porque na sua essência o ser humano é sempre o mesmo. Da mesma forma que a Cleópatra deu em cima do Marco Antônio, a Lurdinha parte pra cima do Joaquim, da farmácia.
-Ainda acho que a mulher de hoje é mais ousada e o homem mais atrevido.
_ Escuta, você já ouviu falar de Calígula, o rei dos bacanais?
Creso era um sujeito chegando aos quarenta, alto, forte e sobretudo usava uma camisa Armani e um cinto, combinando com uma capanga da Gucci. Não era moralista e, como se diz no MSN, disponível.
Sônia, alta, morena, boca carnuda, olhos verdes e com capacidade suficiente para perceber que ali estava a metade que lhe fora tirada por Zeus, naquela história contada por Platão em O banquete. Aquela que conta o mito do narcisismo, fala de androgenia.
O encontro foi casual. Restaurante cheio, nenhum lugar para ela e Creso, sozinho, convidou-a para a sua mesa.
Depois daquele papo inicial, meio assim-assim, os temas foram ficando cada vez mais consistentes e quando deram por conta, estavam falando sobre comportamento humano.
Ela, advogada bem sucedida e ele um psicanalista afastado da clínica, por precisar cuidar dos negócios da família. O pai, velho e doente, não poderia fazê-lo mais.
-Então Sônia, a sua amiga Lurdinha não participaria dos bacanais do Calígula.
- Não tenha tanta certeza.De qualquer forma Cleópatra tiraria a roupa na frente de uma Webcan?
Dando boas gargalhadas, esgotaram o tema.
-Vou chamar o maitre. Você já pensou no que comer? perguntou Creso.
-Acho que uma boa massa cairia bem.
-Eu estava pensando em um peixe, acompanhado de um bom vinho tinto.
_Creso, peixe com vinho tinto? Sempre ouvi que esse tipo de carne fica melhor com vinho branco.
_ Em princípio, sim. Ocorre que se o tinto tiver baixa quantidade de ferro, não deixará o gosto residual amargo na boca.O vinho branco não tem o tanino do tinto, mas é a alta quantidade de ferro que constitui o problema.
-Nossa, você é um excelente gourmet. Como costuma ser a sua alimentação habitual?
- Não sou um glutão, prefiro comidas mais leves.
E conversando alegremente, chegaram ao final da refeição.
-Posso te levar para casa, Sônia?
-Ah! Que pena. Estou com o meu carro no estacionamento ali da esquina. O do restaurante estava lotado.
-Bem, então eu vou levá-la ao carro.
Creso já estava entrando na garagem da sua casa, quando o celular tocou.
- É a Sônia. Queria te avisar que eu peso quarenta quilos.


Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.




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domingo, 7 de novembro de 2010

POIS É







Ouvir um mal-informado, um infeliz de pouca cultura falar inverdades, até que dá para aceitar.O que não "desce" é ouvir de pessoas de “ fina stampa” uma avalanche de bobagens e dentre elas: Ah! Em Araçatuba não se faz nada pela cultura e quando se faz é para atender aos interesses de meia dúzia.

Nesse caso, tem mais coisa envolvida... e ela não é boa.

Vejamos uma coisa que não é boa: os interesses menores de políticos menores ainda. O pior é vislumbrar que eles poderão ser atendidos nas suas vergonhosas pretenções, a considerar o que se lê na imprensa.

Quando foi que tanto foi feito pela cultura de Araçatuba, quando foi que os projetos buscaram atender aos interesses da classe menos favorecida, quando foi que ela foi levada tanto à periferia?

Como não sou um Emile Zollá, não farei aqui uma série de J”accuse mas um só: acuso certos políticos derrotados na última eleição que querem se vingar do povo de Araçatuba e região, tirando-lhe um dos raros secretários que realmente está lutando por ele.

Só espero que Deus ilumine mais ainda, pois já o iluminou ao escolher o seu secretário, o QUEM de direito para que não se deixe levar por esses coitados que só pensam nos seus interesses mesquinhos, até porque, de hoje em diante, eles pouco poderão oferecer, haja vista a “expressiva” votação que tiveram.

Então, a culturaça, o projeto guri, o curso de balé, o folclorata, a semana da literatura, os literatos ilustres que estão sendo convidados para palestras, os eventos musicais levados ao povo nos mais diversos locais da cidade, o incentivo aos músicos, artistas plásticos,a perenização de nomes da nossa cultura, como o do maesto Novaes, todos os esforços na recuperação e modernização dos espaços de cultura, o festara que ora terminou e que trouxe magníficas peças, lotando o Thathi Coc quase todos os dias é nada?

Montar uma equipe competente e trabalhadora como a que existe , conhecedora dos mínimos detalhes em todos os segmentos para a administração de uma secretaria de cultura é nada?

PelamordeDeus!

Demitir o secretário da cultura é dizer ao povo de Araçatuba: dane-se.

E isso pode ser fatal, mormente considerando-se que nova liderança política mostra sua mãozinha fora da manga. E o “cara” é bom no que faz. Tenho certeza que ele sabe que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e não demitiria um auxiliar competente motivado por questões menores.

O povo de Araçatuba, sobretudo os eleitores conscientes ,que a cada dia aumenta de número, saberá dizer MUITO OBRIGADO ao “quem de direito” se ele mantiver o seu competente auxiliar na administração e deixar que rolem pelo ralo da vida aqueles que só sabem fazer politicalha.

Dizem que político é aquele que faz de cada solução, um problema.

Juris: honest vivere, alterun non laedere, suum cuique tribuere. ( Direito: viver honestamente, não prejudicar ninguém, dar a cada um o que lhe pertence).

Então, dê ao seu secretário o que ele merece por ser competente....pois é.

José Hamilton Brito, membro do grupo expeimental da academia araçatubense de letras