Meu primeiro livro virtual

sábado, 23 de julho de 2011

Sarau dos blogueiros? ah! tá....


Sarau do escritor



O dia 25 de julho é dedicado ao escritor. A Secretaria da Cultura realizou um evento literário comemorando a data e deu-lhe o nome de sarau dos blogueiros. Para o sucesso do empreendimento contou com a colaboração, digamos, presença dos blogueiros, do grupo experimental da Academia Araçatubense de letras e da própria Academia.
Contamos, digo contamos porque estivemos participando da realização junto com o professor Consolaro,com a acadêmica Cecília Vidigal Ferreira, com Wanilda Borghi, Elaine Alencar, Ana Almeida, Marianice Paupitz, Emília Goulart, com uma boa divulgação tanto da Folha da Região quanto de outras mídias, como do site aracatubaeregiao.com.br e do blog cidadão Araçatuba e da própria ciadosblogueiros.blogspot.com.
O recinto estava lotado, a freqüência foi ótima e quem não foi, perdeu....Mas quem foi?
Bem, os blogueiros de Araçatuba não prestigiaram um evento que levou o seu nome; claro, alguns foram, mas no universo dos que poderiam ter ido....Que vergonha!
Da Academia só a Cecília Ferreira porque o Consa estava lá como Secretário da Cultura. Sim, muitos têm motivos para não terem comparecido. Uns, viajando. Outros idosos ou doentes, outros respondendo naquele momento por compromissos profissionais...mas só a Cecília? Só meia dúzia de blogueiros?
Fica provado que falar em cultura é muito diferente de fazê-la. No evento, tivemos um garoto de treze anos, o Pedro. Levou o seu livro já editado, mostrou orgulhosamente o seu blog. Queria conhecer membros da Academia de Letras...só conheceu dois.
-Mas Seo Zé, quantos são os acadêmicos.
_ Uai Pedro, são estes dois que você conheceu; não liga não meu filho, eles valem por um montão.
Fico meio agastado porque vejo professor tristonho; dedica-se à cultura, é criticado mais que elogiado, dá a cara à tapa e aqueles que lhe são afins pelos laços da cultura não o prestigiam, ignoram os eventos que a sua secretaria organiza...que coisa, meu!
_ Ah! Mirto, deixa pra lá. Fala nada não.
Fala nada não?....fala nada não e a coisa perpetua-se? Sei que vão descer a ripa em mim, mas se não falo, não durmo; fico rolando na cama e uma voz falando nos meus ouvidos: não falou de meeeedo, não falou de meeeeedo...
E os blogueiros querendo entrar na Academia....ainda bem que tiveram suas pretensões barradas. Não iriam inovar em nada estando lá.


Hamilton Brito é membro do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras, da ciadoblogueiros.blogspot.com e do site aracatubaeregiao.com

quarta-feira, 20 de julho de 2011

subjetiva...se a ciência diz que é.!


Subjetivo é...tá!


Estava ouvindo um programa esportivo e o jornalista disse que a dor é subjetiva.
Bateu um sei lá o que e fui procurar no google algo a respeito e encontrei que realmente toda dor é subjetiva e que “ os biologistas sabem que os estímulos causadores da dor são capazes de lesão tecidual e que assim a dor é aquela experiência que associamos com lesão tecidual real ou potencial”.
Mas aprendi que a dor se divide em aguda e crônica; a primeira vem em um pico e pode até desaparecer e a outra é continua, mais persistente e que o limiar da dor difere de um para outro; assim, sabe-se que o oriental a suporta melhor que o ocidental. Então a capacidade de suportá-la seria de ordem subjetiva....mas ela, a dor?
Mas a dor está associada a um “processo destrutivo atual ou potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica e emocional”
Processo destrutivo de tecidos...é a causa da dor.
Nas aulas de anatomia aprendemos uma palavra que ajudava a lembrar o conceito de inflamação: VERTUCADOR.
Tem uma aí no momento? Não tendo, imagine e vejamos:
a- ela apresenta uma vermelhidão....VER.
b- existe aí um tumor- edema -......TU
c- ele, o tumor, apresenta-se com
temperatura mais elevada-calor...........CA
d- - existe dor no local............DOR
Logo, inflamação é um processo edematoso, apresentando como característica uma vermelhidão e dor no local.
Aquele tumor influindo sobre as terminações nervosas no local, causa a dor....mas e a subjetividade, onde está?
O que é subjetivo? Vejamos o que diz o mestre Aurélio.
Subjetivo. Adjetivo: relativo ao sujeito, existente no sujeito, individual, pessoal, particular, passado unicamente no espírito de uma pessoa.
“ a intensidade com que pessoas diferentes sentem e reagem a situações semelhantes causadoras de dor é variada...”
Isso faz a dor ser subjetiva?
Então porque a terapêutica não determina posologias medicamentosas pertinentes à condição particular, pessoal, individual de cada paciente? O muito que faz é estabelecer posologias diferentes para faixas etárias e recomendações para pacientes especiais, como gestantes...e nada mais.
A dor é subjetiva, mas o tratamento é objetivo?
Por exemplo: um indivíduo introvertido e outro extrovertido; entre eles, existe uma orientação diferente de fatores subjetivos e não pelo aspecto objetivamente dado, segundo a literatura médica.
Será que não estão confundindo dor moral, mágoa, pesar, aflição com dor como a de dente, de cabeça, provocada pela quebra de um braço.
Entendo como dor subjetiva à dor do curintiano, que não ganha bulhufas nenhuma e cada um sente na intensidade do seu próprio fanatismo, mas uma dor de dente...subjetiva?!
Mas se a ciência diz, o que posso fazer?
Posso criar pêlo em ovo, como estou fazendo agora.


Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras, ciados blogueiros.blogspot.com, aractubaeregiao.com e acdemia virtual poéica brasileira.

domingo, 10 de julho de 2011

NÃO VOLTE




Ontem você não veio.
Hoje, creio, não virá também.
Há muito percebo o indício
É mais um sinal de alerta.
Mas o que posso fazer...
O que eu fiz para evitar?
Você chegou e foi entrando
Todos os espaços, ocupando
Tornei-me vítima de mim mesmo
Ao te amar sem limite, preconceito.
Agora isso: ontem você não veio
Hoje, provavelmente, não virá.
Eu nesta ânsia pulsante da espera.
Mas o que eu espero de você?
Os teus beijos, de há muito, frios
O teu olhar nada diz, está vazio
E amor, você já não faz como antes.
Aquela entrega endoidecida
Aqueles suspiros longos, ensandecida
Hoje já não somos dois amantes...
Pois é, hoje você não veio
Já não tinha aparecido ontem
Não podemos voltar à nossa essência?
Tenha pelo menos a decência
Não veio ontem e não veio hoje
...Então não volte nunca mais.
Atenda ao meu pedido, não me negue
e vá pro diabo que te carregue.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras,
do site aracatubaeregiao.com , da ciadosblogueiros.blogspot.com e academia virtual poética do Brasil.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Parece mas não é, ou...





Costumamos ser muito exigentes com quem nos presta serviços e esquecemo-nos que ali naquele profissional existe um ser humano...E dentre eles figuras inigualáveis.
Uma destas, conheci lendo o livro Dono da Vida, obra de Morton Thompson, história verdadeira de um brilhante médico em Viena e em Budapeste na década de 1850: Ignácio Semmelweis.
Dedicou a sua vida a erradicar a febre puerperal que ceifava vidas por pura ignorância e intolerância dos profissionais médicos da época.
Na febre puerperal, após o parto a mulher sentia dores no abdômen, que inchava, havia febre intensa, delírio e essa doença matava muitas delas.. Os médicos traziam nas mãos fragmentos de outros procedimentos, como autópsias realizadas e isso provocava a febre.
Uma providência simples, mas que jogou contra ele toda a fúria dos ilustres de então: fazer simplesmente a assepsia das mãos ao tratar de uma paciente gestante.
A coisa era tão terrível que aquelas que iam ter filhos, preferiam tê-los nas ruas que nos leitos do hospital, pois a chance de sobreviverem era maior.
Uma passagem marcante: tendo sido escalado por seu mentor para cuidar de uma criança cuja morte era inevitável - esse fato não lhe foi revelado - o diagnóstico e terapia foi deixado a seu critério. A criança, como sabido que aconteceria pelo seu mentor, faleceu. Felipe se sentiu culpado e quis abandonar a medicina.
Disse-lhe o mestre: Felipe, por mais que um médico saiba, jamais saberá tudo e por conta do pouco que ele desconhece, pessoas continuarão a morrer e a nascer. Então faça uso do que você sabe, volte para o consultório e para o hospital porque assim você irá aliviar muitas dores e evitar que muitas lágrimas sejam derramadas.
Fui durante muito tempo propagandista de laboratório farmacêutico e tinha como tarefa visitar hospitais para propaganda e vendas de nossos produtos; tínhamos acessos aos pontos dentro dos hospitais.
De certa feita, esperando para falar com uma enfermeira responsável pela padronização na ala da pediatria, percebi um casal sentado em um banco perto da sala de cirurgia.
Como se descreve o desespero?
Confesso que não sei. Eles se buscavam com o olhar, mas nada encontravam um no outro. As mãos, crispadas, parecia que iam se fundir.
O tempo foi passando e só fazia aumentar a tristeza deles e a minha. Pensei em ir embora, deixar para outra hora...Mas eu tinha um trabalho a fazer.
Cada pessoa que saia da sala, médico ou enfermeira, passava por eles e seguia o seu caminho; coisa absolutamente normal, mas aquilo deixava o casal mais mergulhado na dor, pois não tinha um vislumbre de esperança.
Eis que de repente, da sala, sai um cirurgião. Passos lentos , estava limpando o óculos. Da porta ao casal não tinha mais que trinta metros, mas ele demorou trinta anos para chegar.
Parou na frente dele e ficou olhando longamente.
Eu nunca vi nem verei algo igual na vida. Buscavam-se e não se encontravam.Não havia choro. Não havia mais desespero e sim uma profunda aceitação do que imaginavam inevitável.
O médico continuava a limpar o óculos. O que aconteceu em segundos parecia durar uma eternidade.
-O filho de vocês vai viver.
O casal ficou ali, sem ação. Não fez e nem disse nada. O silêncio gritou que maior que Deus, nada.
O médico foi se afastando lentamente e lentamente continuava a limpar o seu óculos.
Ali, naquela cena, eu vislumbrei o exato momento no qual um homem parece ser um Deus...ou é?

Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras, do site aracatubaeregiao.com , da ciadosblogueiros.blogspot.com e da academia virtual poética do Brasil.