Meu primeiro livro virtual

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A morte é o fim ?



                                            A MORTE É O FIM?



Pode procurar em qualquer cultura e se constatará que aqueles que acreditam que a morte não é o fim é maioria quase que absoluta.
Jamais apareceu  uma evidência de que ela seja ou não o fim de tudo...Mas insistem em acreditar que não seja..
E ainda apresentam relatos como o acontecido com um pastor chamado Don Piper, que sendo abalroado no seu carro por uma carreta, ficou esmagado no meio das ferragens. Dado como morto, um tempo depois ele deu sinal de vida. Dizem que ele estava morto.
Estava mesmo?
Por que esta crença continua a acompanhar o homem?
Há quem afirme que a espiritualidade nos faz otimistas. Mas eu posso ser otimista e acreditar que a morte seja o fim...Ou não posso?
Quando você conversa com as pessoas sobre o tema, o que vê é: acho que sim; creio que a morte não é o fim ou creio que ela é o fim; na minha opinião,  eu creio; etc.
Podemos ler imensos tratados sobre o  que venha a ser a morte, de que ela é um artifício da natureza para renovar a vida, que todos os organismos trazem em si o cronograma do fim e outras teses, mas nenhuma caminha para além dela. Quando tentam explicar o que vem depois, é na base do eu creio e do eu acredito.
Bem, não é de hoje que o homem tenta explicar o que ainda não conseguiu saber. Recorremos ao sobrenatural todas as vezes que a rosca espana ao tentar explicar coisas que não compreendemos... Assim, vamos logo à leitura das mãos pelas ciganas, às cartas do tarô e a todo tipo de clarividência que estiver por perto....Ou longe, como ir a pé ate Santiago de Compostela.
A gente se apega à vida porque ela é muito boa por mais difícil que seja e não nos conformamos com a idéia de fim; assim, projetamos nossas esperanças em um futuro que de muito improvável passa a ser realidade e esta um lenitivo.
Não houvesse religião e ninguém estaria preocupado com a morte e o depois dela..
A idéia de um paraíso sendo um lugar ideal para uma boa vida, com fartura de rios, mel, vinho e água vem de pessoas que não tinham nada, que viviam em lugares miseráveis, pessoas simples e que passaram as suas expectativas nos tratados religiosos que elaboraram. Temos estas descrições na Bíblia e no Corão.
Billy Grahan foi um pastor evangelista famoso e sabem como ele descrevia o paraíso?
Como sendo um lugar onde as pessoas vão dirigir carros luxuosos trafegando sobre ruas cobertas de outro. Seus adeptos gritavam Aleluia!  a cada disparate igual.
Uma frase que eu li: “ se não existimos antes, como vamos existir depois?”
Estaremos sempre presos à estas idéias porque como se sabe, somente a verdade vai nos libertar...onde encontrá-la.?
A maioria das pessoas se acha honesta, que vive segundo os mandamentos e que o prêmio  será o reino dos céus após a morte, mas penso como Rubem Alves que diz não conhecer nenhuma pessoa que esteja ansiosa para deixar as pequenas alegrias desta vida para gozar eternamente a felicidade celestial perfeita.. Você conhece alguma?
A pergunta que eu já fiz e faço novamente: muitas pessoas que me amaram e foram amadas por mim estando “ do lado de lá” por que, sabendo da minha angústia, que de resto é a angústia da humanidade, não chegam e me dizem:
-Neguinho, toma tento. Existe sim uma vida após a morte. Ela será vivida na mesma medida em que você está vivendo agora. Viva bem e terás o paraíso. Caso contrário vai lá para a companhia dos curintianos


Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras - ciadosblogueiros.blogspot.com - nova academia virtual poética do Brasil









Era uma tarde de outono, folhas amarelas pelo chão e Bernardo caminhando naquele lugar. Os pingos da chuva, como não havia sol, eram apenas pingos de chuva e não pérolas pendentes dos galhos. Sentou ali na relva molhada, entre aqueles canteiros retangulares e leu um nome.
-Luizinho, cadê você moleque?
_O meu irmão não está, saiu para jogar bola lá no campo do Salesiano.
- Ah! Filho...Ficou de passar em casa, com a bicicleta e me deixou na mão. Agora tenho que correr, senão me deixam de fora.
Das peladas das ruas às pescarias de bagre lá no chiqueirão perto do rio, passaram a infância.Mariana, irmã do amigo, continuava envolvida com sua brincadeiras de meninota e nem ligava para o que o irmão e seus amigos faziam.
O tempo foi passando, os primeiros fios de barba aparecendo e Mariana já não mais com as suas brincadeiras de meninota. A lua e o sol se revezavam no céu mas a beleza de Mariana era crescente e constante.
-Moleque desgraçado, não respeita a irmã do melhor amigo?
Lembra-se perfeitamente. Um dia estava brincando de médico e paciente com ela. Estava fazendo um exame no corpo dela, quando o tapa na orelha veio sem avisar.
Levaria todas as surras do mundo dadas pelo pai dela mas a surra que a vida lhe dera, estava impossível de suportar.
No começo a aproximação foi difícil. Mariana o via como aquele moleque de outrora, eterno bebê Johnson, como o chamava e nenhuma esperança lhe dava.
Um dia, fazendo o clássico na mesma sala , arrumou uma encrenca com um colega que estava dando em cima de Mariana.
_ Você não é nada meu, seu chato. Não sou sua namorada.
-Ainda não, magrela.
Aí que ficava tudo danado. Quando a chamava de magrela, o que ela tinha na mão jogava. Um dia jogou o apagador da lousa. Três pontos na cabeça.
Ele foi fazer medicina na capital, ela direito...na capital.
Escolas próximas, as respectivas pensões não eram longe uma da outra e os encontros foram se tornando freqüentes. Como só tinham um ao outro da mesma cidade, amparavam-se nas horas de saudade de casa...depois perceberam que não era bem por isso.
-Eu amo você, Mariana.
-Bernardo, não consigo entender o porquê, mas eu amo você também...Você não presta, amor.
Embasados nas suas respectivas culturas específicas, estudavam-se à luz da medicina e do direito. Como não chegavam a uma conclusão...
-Vou avisar o seu pai que vamos casar.
-Está vendo como você não presta.Você não vai avisar, vai é pedir minha mão em casamento.
- Ta, eu peço a sua mão então. Já tenho o resto.
-Cachorro.
_Mariana, se for homem como vai se chamar nosso filho.
- Será mulher e vai se chamar Lorena.
Casaram-se...Adveio um câncer de colon. Não deu tempo de Lorena chegar.
-Papai, o que mamãe está fazendo aí?









Não sei vocês



Mas eu, apaixonado pela música popular brasileira, muitas vezes fico mais impressionado com certas frases do que pelo conjunto da obra. Claro, gosto muito de my way, love is a manny splendored thing, a certain smile, unchained melody, a left my heart in San Francisco e outras.
Mas é em Limelight também conhecida como Luzes da Ribalta que Chaplin esnobou ao frasear: se o ideal que sempre nos acalentou. renascerá em outros corações.
Cartola em O mundo é um moinho diz:... o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos, tão mesquinho, vai reduzir as ilusões a pó” e termina com: quando notares estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés.
Assis Valente, que colocou fim à própria vida por achar que não era devidamente valorizado, em Boas Festas fraseou:...vê se você tem a felicidade pra você me dar” e não estando satisfeito colocou a linda: e assim felicidade eu pensei que fosse uma brincadeira de papel.
Eu tinha uma bronca do Sergio Bitencourt, sobretudo quando ele fazia tipo no programa do Flávio Cavalcanti, mas quedei-me ao seu talento quando deparei-me com a música Naquela mesa. Duas frases me impressionaram: e nos seus olhos era tanto brilho, que mais que seu filho, eu fiquei seu fã. A outra: se eu soubesse o quanto dói a vida, essa dor tão doída, não doía assim.
E não foi só em Naquela mesa que ele mostrou imenso talento, ainda tem Modinha. ... e nesse pouco ou quase nada, eu dizia o meu amor.. Lindo, tão lindo quanto: eu me perco nos teus passos e me encontro na canção.
Até Adelino Moreira, para muitos um compositor “menos” cotado, em Sinfonia da Mata colocou: sinfonia do riacho e da cascata, minha viola, completa a orquestração.
-Hein! Uai, eu gosto...Que coisa!
Já o amigo Aurélio Rosalino gosta de: é preciso a própria mágoa disfarçar assim, dissimulando a dor à sombra de um sorriso” na composição Se ela perguntar, de Jair Amorim.
O músico e professor Beltrão e a esposa Lúcia, até no gosto musical andam no mesmo passo. Indicaram: nos seus olhos fundos, guarda tanta dor” presente em Carolina, do Chico. Ainda: ai então, dar-te eu irei, um beijo puro na catedral do amor, do samba Jura, do grande Sinhô.
Festival da Record. A cantora Evinha defende uma composição de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, Cantiga pra Luciana e: Luciana, Luciana, sorriso de menina dos olhos de mar, Luciana, Luciana, abrace esta cantiga por onde passar “... minha filha chama-se Luciana.
Ah! Este seu olhar, de Tom Jobim: este seu olhar, quando encontra o meu, fala de umas coisas, que eu não posso acreditar. O danado estraçalha quando em Eu não existo sem você, diz: eu sei e você sabe, que a distância não existe, que todo grande amor, só é bem grande se for triste”
A estrada da música popular brasileira é bem sedimentada e nela, pontificam momentos de rara sensibilidade poética.
Como em Manhã de carnaval, de Luis Bonfá: das cordas do meu violão, que só teu amor procurou, vem uma voz, falar dos beijos perdidos, nos lábios teus. Que me perdoem os intérpretes brasileiros, mas a música nas vozes de Carla, Susan e Carmem Monegal, essa, brasileira e santista, da orquestra de André Rieu, é incomparável.
Para finalizar, aquela que dentre todas as frases é a que me traz forte emoção.
Só poderia ser do Chico. Chico que é Buarque de Holanda. Gente Humilde: e eu que não creio, peço a Deus por minha gente.
Ai: alguma coisa acontece no meu coração”
Sabem de que é?