Meu primeiro livro virtual

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O DA BARSA




Zé Geraldo era levado da breca. Assim eram chamados os moleques endiabrados de antanho. Zé cresceu, se tornou comerciante... até poeta se tornou.
Mas continuou com o diabo no couro.
Um dia apareceu um vendedor de livros, aquele que vendia a Enciclopédia Barsa, tentando, no seu estabelecimento comercial, vender-lhe um exemplar.
Conversa vai, conversa vem e o negócio enrolado. Zé então lhe disse:
- Amigo, aqui não posso mais continuar a atendê-lo, estou muito ocupado; por favor, vá a este endereço que lá o atendo com mais atenção. Tenho interesse nos livros.
Assim combinados, Zé foi até a casa da sua amante, explicou-lhe que receberia a visita de um vendedor e pediu a ela que se insinuasse para o coitado, que era um chato
e necessitava de uma lição.
Disse-lhe ainda:
- More, assim que ele partir pra cima eu saio do banheiro e dou um flagra no desgraçado,
Hora aprazada chega o coitado.
-Entra, por favor, meu marido está no banho, mas é rápido, já ele te atende. Quer um café, uma bebida?
Serviu a bebida, escolheu um lugar no sofá bem ao lado do visitante, puxou o decote para baixo, subiu um pouco a saia e começou o jogo de sedução.
Zé, vendo que precisaria mais tempo, gritou lá de dentro:
-More, onde está o barbeador, vou aproveitar para fazer a barba.
Vendo que o maridão ainda demoraria um pouco, o cara partiu firme pra cima da mulher.
Não tinha acabado de agarrá-la, Zé saiu com um três-oitão, enrolado na toalha e gritando:
- Seu fdp, desgraçado, vou te matar.
Não se sabe como o sujeito saiu, levando o mostruário e sua maleta.
A última vez que foi visto, estava na Mandchuria.



segunda-feira, 13 de abril de 2009

SOMOS DECENTES ?

SOMOS DECENTES OU NÃO? O Aurélio dá decente como correto, digno, satisfatório, adequado.
Bem, se forçar muito não há no mundo um país inteiramente decente. Mas o que poderia caracterizar uma indecência?
Acho que o genocídio.
Palavra criada por Raphael Lemkin, judeu Polonês, juntando a raíz grega géneos mais caedere do latim que quer dizer família, tribo.
E muitas nações se fartaram em cometer este crime.
Apenas no século vinte, podemos citar o Timor Leste, quando a Indonésia deitou e rolou em cima da ex-colônia Portuguesa, queimando tudo e todos com Napalm.
Ainda a Bósnia, quando a antiga Iugoslávia se dividiu e os Sérvios provocaram mais de duzentas mil mortes e dois milhões de refugiados com mais de quarenta mil mulheres estupradas.
Esquecer como Ruanda com setecentas mil mortes e milhões de refugiados em uma briga étnica entre Hútus e Tútsis onde a arma letal foi o machado e o facão.
Ainda podemos citar a Armênia , o Camboja, a Ucrânia e como grand finale ,o massacre dos Judeus, sem falar no nazi sionismo que mais recentemente fez da suas.
Caramba, mas por que esta conversa agora?
Bem, o ex-governador da Bahia e ex-ministro da Previdência, Waldir Pires, disse no velório do ex-deputado Márcio Moreira Alves: ¨Ele participou da batalha, que nós lutamos e perdemos, mas que continua hoje, de se construir um país DECENTE ¨
Está ai. Aqui nos temos, sim, gente morrendo nos corredores dos hospitais; temos os abortos cometidos por mulheres excluidas, na maioria, por não terem melhores condições sociais e, sobretudo, culturais; nossos bandeirantes mataram e escravizaram muitos indios... ...mas limpeza étnica?
Não me consta que tenhamos cometido este crime.
Então , prezado senhor, mercê de todos os desacertos cometidos, me vejo contra a sua postura.
Vocês conseguiram sim fazer um país decente.