Meu primeiro livro virtual

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Monomaníaco




Lendo o jornal O estado de São Paulo, encontrei um artigo: O horrendo culto da vaidade no facebook. Autor: Antonio Gonçalves Filho.
Fala sobre Mark Zucckerbeg, fundador do facebook sobre quem Fincher em A REDE SOCIAL, aponta como um hacker megalomaníaco e socialmente inadaptado.
Diz o artigo que há uma espécie de neurose afásica entre os jovens.
Neurose o que é.? Segundo definição clássica e simples é perturbação mental. De que tipo?
Do tipo que não compromete as funções essenciais da personalidade. Uai...
A coisa deve estar no afásica.
O que é afásica?
E está. Afasia é a impossibilidade, por lesão cerebral, de expressão pela escrita ou por sinais, ou de compreensão da fala ou da escrita.
Mas produz nos jovens, somente? Blogueiro jovem não se comunica pela escrita?
Bem, lendo os comentários que fazem dá até pra ficar desconfiado: Linnnndoooo! Você aaaaarraaasssooouuuu! Ameeeeiiiii! Você está bommmmmbannndddooooo!
O amigo ainda diz que o facebook lida com a ingenuidade narcisista de jovens que gastam, no mínimo 19 minutos por dia para se comunicar com “amigos” dos quais não sabem absolutamente nada.
Pegou o jovem para Cristo. E na faixa etária mais madura?
Ah! Ainda diz que postam inocentes revelações pessoais na ferramenta social e em poucos minutos todos estão dando palpite na vida do infeliz.
Já li que não deveria deixar meu filho ler o Pato Donald porque ela era machista e pregava a rebeldia....má que ! Também que o primo do Donald, o Gastão, era safado e desonesto e queria levar vantagem em tudo...aprendeu com o craque Gerson. Ou não?
Zucckerberg teria tido um delírio digital cuja conseqüência foi um bullying e que teria dado origem ao facebook. Falar em bullying me remete à Rita Lavoyer. Em nosso meio, ela é a autoridade a quem mais respeito. Por que facebbok, no caso do criador, nasceu de um bullying? Porque nele o cabrinha rouba dados de várias fontes, expõe a namorada que o rejeitou, reduz seus desafetos à condição de vacas leiteiras.
Cacete, e olha que gente muita fina me convidou para fazer parte deste “ trem”.;tem até secretario de cultura, acadêmica trocando informações e recadinhos na ferramenta.
Pó, o cara fala em taxonomia esquemática, que destrói reputações...numa cultura tecnológica. Taxonomia esquemática...tá certo!
Não me convidem mais. To fora.
E eu que achava esse “ tar “ de facebook uma curtição....quer saber, continuo achando.Adoro a fuxicaiada reinante mesmo lendo no artigo que tudo vira jogo nesse ambiente virtual de monomaníacos, que desperdiçam o tempo em conversas fúteis.
Alô alô monomaníaco Consolaro, monomaníaco Zé marcos Taveira, André Bernardes, monomaníacas Maria Rosa, Elaine...Ah! meu Deus...


Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

Escombro


ESCOMBRO

Hamilton de Brito


Antigamente
punha-me a olhar o céu...
Ficava horas e horas
a contemplá-lo.
As nuvens,
em movimentos constantes,
formavam
em inesperados instantes,
as mais incríveis figuras.
...E eu ali, a sonhar.
Faces formavam-se
na coreografia
e em vários momentos,
eu via
você a sorrir para mim.
Tinha que ser na primavera.
Deixei de ser
quem eu era
e
para o céu,
parei de olhar.
Temia ver você lá
no alto
e entre nós
uma distância sem fim.
Não queria que me
visse caido,
derrotado e sofrido
buscando o meu
suspiro final.
Mas um anjo
apiedou-se de mim
e sussurrou-me
baixinho um consêlho:
Filho, coloque-a no
seu coração.
Tire-a da cabeça.
É escombro.
Não a carregue
no ombro.
Vai ser feliz outra vez.

Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.









= = =

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Consciência Cósmica


Consciência Cósmica

O que diz o Aurélio, não o Rosalino, mas o dicionário sobre o que vem a ser consciência: senso de responsabilidade, percepção, conhecimento....basicamente conhecimento.
E o que diz sobre Cosmos? Responde pura e simplesmente: universo. Curto e grosso. Mas o Wikipedia traz mais algumas coisas, tais como: um universo e seu conjunto, toda a estrutura universal, é a totalidade de todas as coisas ordenadas.
E o que estuda a Cosmologia?
É um ramo da astronomia que estuda a origem, a estrutura e a evolução do universo a partir da aplicação de métodos científicos.
Bem, o que é consciência cósmica, então?
Iluminação mística é também conhecida por consciência cósmica. Aquela é um dos principais objetivos dos estudantes de misticismo. Um estudante de misticismo, então, é um místico.
E o que é um místico?
O iniciado que alcançou o segredo foi chamado de místico.
Por definição é a prática, estudo e aplicação das leis que unem o homem à natureza e a Deus. Para estudo de Deus temos a Teologia e para ao que nos une à natureza, temos todas as ciências. Não estariam misturando tudo e fazendo um balaio de gatos?
Ainda não entendi o porquê de se considerar uma consciência cósmica.
Bem, li que um senhor chamado Richard Bucke chegou em casa, estava tranqüilo e de repente se viu envolvido em uma nuvem flamejante e colorida. Em seguida, sentiu imensa felicidade e iluminação intelectual e isso marcou profundamente a sua vida. Daí em diante, passou a possuir uma nova faculdade chamada de Consciência Cósmica, ou seja, uma nova capacidade.
Como diria aquele locutor Milton Leite: Mééééééúuuu Déééééús!!!
No tal de Bucke apareceu esta faculdade e a teoria dessa corrente de pensamento diz que, no início, ela aparece em um só individuo. À medida que o tempo passa, outros vão adquirindo-na ate que ao fim de milhares de anos, todos os indivíduos a terão.
To fu. Do jeito que sou azarado, consciência cósmica em mim...Jamais.
Que fique claro, eu sou criacionista-Teista. Assim como a Igreja Católica Apostólica Romana o é. Explico em resumo: tudo foi feito segundo a lei de Darwim, conforme narram as suas experiências e teorias mas, aconteceu pela vontade de um SER maior. Assim ficam felizes gregos e troianos.
Consciência cósmica tem a ver com ciência? Acho que não, pois no caso há suposições, achismos e que tais. Conhecimento é outra coisa. Eu não acho que dois mais dois totalizam quatro. Eu sei.
Reflexão é função do intelecto...estou tentanto, gostaria de entender sobre estas coisas, mas, quem sabe ainda não atingi , e talvez nunca o consiga, a iluminação.
-Hein! Eu? Babaca....ué, até pode ser.


José Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Velho no blog....







Lugar de velho é ao lado do berço do neto ou com a tesoura e o regador, cuidando do canteiro de flores, no jardim...”veio” no blog, definitivamente, não dá certo.
Falam em conflito de gerações e outras teorias que, no final, dizem a mesma coisa. Nada disso, não há conflito... Apenas separação de jeitos de ser.
Falando nesse tipo de comunicação, um senhor, mesmo com o espírito ainda de trinta anos, como eu, resolve abrir um blog para postar as suas crônicas, contos e poesias. Não se atem aos temas sisudos, compenetrados como deveria ser com um “cabra” da sua idade. Aventura-se por assuntos, digamos, mais feceninos, justamente para ter acesso a esta geração mais liberal, menos comprometida com valores “ inventilados” – se o Maggi pode, eu posso também – e o que acontece?
Outro dia postei no meu espaço uma crônica, Só 40, com um final que sugeria uma bela cantada por parte da dama, coisa só possível em nossos dias, enfatizando a igualdade de direitos, mostrando que se há o interesse de uma mulher por um homem, ela também pode se insinuar. Mostrando ainda que não há mais posições fixas de caça e caçador, que a ação demonstrará quem é um e quem é outro no jogo da sedução.
Pois muito bem, uma linda e talentosa fofa disse, no comentário: oi, comenta lã no meu blog.
Ela nem leu o meu texto, nenhuma consideração fez, nada que tivesse sugerido que, ao menos o nome, tivesse lido.
Mas, se duvida, leia os comentários trocados entre eles: oiii foooofa, qui chiqui!, ou então: ameeeeeeiiii!!!, também tem: nooooosssaaa, você aaaaaaarrraaasssouuuu!!!!; não falta o: você estááá´bombannnndooo, querida!!!
E entre pessoas mais maduras a gente tem que tomar cuidado. Ou você concorda com o que é dito ou cala a boquinha; você pode falar o que quiser, desde que concorde.
Temas polêmicos, que são os que dão margem à troca de opiniões não geram comentários pertinentes, não são esmiuçados a contento e, quase sempre, vê-se a superficialidade dos comentário.
Quantas vezes eu mudei a minha opinião por ter prestado atenção em uma que confrontava a minha.
-Ah! Então você não tem personalidade, é dos que mudam com facilidade.
Não mudo com facilidade, mudo com a força e a consistência da opinião contrária a minha.
Jovem não lê velho porque o papo desse não é Funk, noir, sepulturesco, havvy. Velho gosta mais de Silvio Caldas do que de Alice Cooper. Velho não lê velho porque se acha superior, mais gostosão da bala chita, mais intelectual.
Resultado: vou continuar com o meu blog e escrever só para mim. Afinal, mais lúcido e inteligente que eu....quem?


José Hamilton Brito,membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Só quarenta






Há quem diga que os tempos mudaram....para pior.
Licenciosidade, liberalidade e afins, seriam as características do mundo de hoje.
- Não acho. Para mim nada mudou porque na sua essência o ser humano é sempre o mesmo. Da mesma forma que a Cleópatra deu em cima do Marco Antônio, a Lurdinha parte pra cima do Joaquim, da farmácia.
-Ainda acho que a mulher de hoje é mais ousada e o homem mais atrevido.
_ Escuta, você já ouviu falar de Calígula, o rei dos bacanais?
Creso era um sujeito chegando aos quarenta, alto, forte e sobretudo usava uma camisa Armani e um cinto, combinando com uma capanga da Gucci. Não era moralista e, como se diz no MSN, disponível.
Sônia, alta, morena, boca carnuda, olhos verdes e com capacidade suficiente para perceber que ali estava a metade que lhe fora tirada por Zeus, naquela história contada por Platão em O banquete. Aquela que conta o mito do narcisismo, fala de androgenia.
O encontro foi casual. Restaurante cheio, nenhum lugar para ela e Creso, sozinho, convidou-a para a sua mesa.
Depois daquele papo inicial, meio assim-assim, os temas foram ficando cada vez mais consistentes e quando deram por conta, estavam falando sobre comportamento humano.
Ela, advogada bem sucedida e ele um psicanalista afastado da clínica, por precisar cuidar dos negócios da família. O pai, velho e doente, não poderia fazê-lo mais.
-Então Sônia, a sua amiga Lurdinha não participaria dos bacanais do Calígula.
- Não tenha tanta certeza.De qualquer forma Cleópatra tiraria a roupa na frente de uma Webcan?
Dando boas gargalhadas, esgotaram o tema.
-Vou chamar o maitre. Você já pensou no que comer? perguntou Creso.
-Acho que uma boa massa cairia bem.
-Eu estava pensando em um peixe, acompanhado de um bom vinho tinto.
_Creso, peixe com vinho tinto? Sempre ouvi que esse tipo de carne fica melhor com vinho branco.
_ Em princípio, sim. Ocorre que se o tinto tiver baixa quantidade de ferro, não deixará o gosto residual amargo na boca.O vinho branco não tem o tanino do tinto, mas é a alta quantidade de ferro que constitui o problema.
-Nossa, você é um excelente gourmet. Como costuma ser a sua alimentação habitual?
- Não sou um glutão, prefiro comidas mais leves.
E conversando alegremente, chegaram ao final da refeição.
-Posso te levar para casa, Sônia?
-Ah! Que pena. Estou com o meu carro no estacionamento ali da esquina. O do restaurante estava lotado.
-Bem, então eu vou levá-la ao carro.
Creso já estava entrando na garagem da sua casa, quando o celular tocou.
- É a Sônia. Queria te avisar que eu peso quarenta quilos.


Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.




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domingo, 7 de novembro de 2010

POIS É







Ouvir um mal-informado, um infeliz de pouca cultura falar inverdades, até que dá para aceitar.O que não "desce" é ouvir de pessoas de “ fina stampa” uma avalanche de bobagens e dentre elas: Ah! Em Araçatuba não se faz nada pela cultura e quando se faz é para atender aos interesses de meia dúzia.

Nesse caso, tem mais coisa envolvida... e ela não é boa.

Vejamos uma coisa que não é boa: os interesses menores de políticos menores ainda. O pior é vislumbrar que eles poderão ser atendidos nas suas vergonhosas pretenções, a considerar o que se lê na imprensa.

Quando foi que tanto foi feito pela cultura de Araçatuba, quando foi que os projetos buscaram atender aos interesses da classe menos favorecida, quando foi que ela foi levada tanto à periferia?

Como não sou um Emile Zollá, não farei aqui uma série de J”accuse mas um só: acuso certos políticos derrotados na última eleição que querem se vingar do povo de Araçatuba e região, tirando-lhe um dos raros secretários que realmente está lutando por ele.

Só espero que Deus ilumine mais ainda, pois já o iluminou ao escolher o seu secretário, o QUEM de direito para que não se deixe levar por esses coitados que só pensam nos seus interesses mesquinhos, até porque, de hoje em diante, eles pouco poderão oferecer, haja vista a “expressiva” votação que tiveram.

Então, a culturaça, o projeto guri, o curso de balé, o folclorata, a semana da literatura, os literatos ilustres que estão sendo convidados para palestras, os eventos musicais levados ao povo nos mais diversos locais da cidade, o incentivo aos músicos, artistas plásticos,a perenização de nomes da nossa cultura, como o do maesto Novaes, todos os esforços na recuperação e modernização dos espaços de cultura, o festara que ora terminou e que trouxe magníficas peças, lotando o Thathi Coc quase todos os dias é nada?

Montar uma equipe competente e trabalhadora como a que existe , conhecedora dos mínimos detalhes em todos os segmentos para a administração de uma secretaria de cultura é nada?

PelamordeDeus!

Demitir o secretário da cultura é dizer ao povo de Araçatuba: dane-se.

E isso pode ser fatal, mormente considerando-se que nova liderança política mostra sua mãozinha fora da manga. E o “cara” é bom no que faz. Tenho certeza que ele sabe que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e não demitiria um auxiliar competente motivado por questões menores.

O povo de Araçatuba, sobretudo os eleitores conscientes ,que a cada dia aumenta de número, saberá dizer MUITO OBRIGADO ao “quem de direito” se ele mantiver o seu competente auxiliar na administração e deixar que rolem pelo ralo da vida aqueles que só sabem fazer politicalha.

Dizem que político é aquele que faz de cada solução, um problema.

Juris: honest vivere, alterun non laedere, suum cuique tribuere. ( Direito: viver honestamente, não prejudicar ninguém, dar a cada um o que lhe pertence).

Então, dê ao seu secretário o que ele merece por ser competente....pois é.

José Hamilton Brito, membro do grupo expeimental da academia araçatubense de letras

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Jesus te ama....





No que passou pela porteira de entrada da fazenda, Luizão avistou a velha figueira. Sentiu duas coisas, simultâneas: um arrepio no couro cabeludo e...não é possível!
Capataz da fazenda Quatro Marcos , tinha aos seus cuidados uma turma de peões para cuidar das mais variadas atividades do empreendimento; tinha o respeito dos patrões e dos seus comandados.
Dona Esmeridiana, a patroa, gostava muito do seu funcionário. Sempre que o via saindo para a lida, acenava-lhe com a mão e dizia: vá com Deus, meu filho, Jesus te ama.
Imediatamente, Juvêncio, seu auxiliar, dizia:
- Que ama, ama. Mas ninguém sabe o porquê.
-Sujeitinho mais filho de uma...
Ocorre que Luizão, mesmo sendo responsável e competente no trabalho, era um glosador desmedido. Nada ficava sem uma piada de sua parte; ninguém escapava da sua boca maldita.
Era comum nas tardes quentes, depois do serviço, ficarem reunidos na frente da casa da fazenda, comendo uma carninha, acompanhada de uma pinga produzida ali mesmo, tocando uma viola e recordando os hits sertanejos. Nesses momentos, vocês que falam tanto em poesia, deveriam estar presentes...iriam, de fato, vivê-la.
Entremeando as músicas, sempre uma história” cabeluda”; ou era a tropa, que na guerra do Paraguai havia passado por ali ou era o “seo” Lurdinho, que tinha caído no poço e morrido aos berros que ninguém escutou.
Era aí que o Luizão fazia das suas. Mandava todos se calarem e dizia estar escutando, ou o berro do Lurdinho ou a marcha da tropa.
-Escuuutem, os soldados estão chegando...
E sempre havia algum tonto para “ escutar” mesmo o que ele alegava.
Um dia, Crispina, uma crioulinha danada e dotada por Deus de todas as linduras deste mundo foi buscar ovo perto do chiqueiro. Passando pelo poço artesiano escutou uma voz vinda lá do fundo: Crispiiiina, me dá um beijo?
Ficou desmaiada “ um ano”. Mais tarde, soube-se que o desgraçado do Luizão tinha entrado no poço para limpá-lo e ao sair, viu a aproximação da menina...Aprontou.
Sabe-se que jiboia não é cobra peçonhenta.. Um dia, Marcão, o mecânico da fazendo, estava em baixo do caminhão trocando uma ponta de eixo. O capataz levado da breca, devagar, colocou uma daquela sobre a barriga do coitado. Até esse perceber que era uma cobra inofensiva, passou por momento de terror verdadeiro.
Assim, Luizão ia brincando com as coisas deste mundo e...do outro.
Um dia, Maneco chegou assustado, cavalo em desabalada carreira, ofegante. Tinha ido até à vila comprar umas coisinhas, ficou de prosa com alguns amigos e se atrasou. Ninguém gostava de chegar tarde na fazenda. Naquela figueira depois do mata-burro havia um “trem “ qualquer.
-Patrão, ao passar pela árvore, senti que a marcha do cavalo ficou mais pesada.Tive a impressão que havia alguém na garupa.
Luizão escutou e sapecou:
-Foi aquele seu namorado que morreu o ano retrasado, Maneco. Ele veio fazer uma visitinha.
A turma glosou, Maneco xingou e vaticinou: vai brincando seu cabra safado. Um dia...
Mas que o quê. Ele não acreditava em coisa do outro mundo.
Luizão foi cuidar de outra fazenda do patrão no longínquo Pará. Ficou muitos anos sem vir até onde começara a sua vida.
Um dia, estava de férias e resolveu rever a antiga turma. Chegou na vila já tarde da noite e pegou o cavalo deixado à sua disposição. Estava ansioso para chegar à sede.
Vinha despreocupado, esquecido das velhas histórias, assobiando baixo.
Destravou a tranca da porteira, passou, tornou a fechá-la e...
Lá está a velha figueira, exclamou.!
Quando passava pela grande sombra da árvore:
-Vichi Maria! Valha-me Nossa Senhora!.
Em seguida ao arrepio, o cavalo estancou a marcha e ele ouviu:
-Seja bem vindo, Luizão, Jesus te ama.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

minha copa do mundo


Precisa ter coragem para enxergar a estrela que brilha ao nosso lado e dizer ao mundo, que é cego, que a estrela ao nosso lado
brilha de verdade.José Hamilton

Você tem olhos brilhantes, José Hamilton, razão pela qual a luz se espalha ao seu entorno.

Grande abraço

Rita Lavoyer




----- Original Message -----
From: José Hamilton da Costa Brito
To: jose martinez
Sent: Thursday, September 02, 2010 6:09 AM
Subject: : BRITO, ATENÇÃOOOOOOOOOO








Intão...intão...está ai a minha " taça do mundo".Quero dividi-la com vocês.
Obrigado Professor Consa, Rita Lavoeyr, Cecília Ferreira, Marilurdes Campezzi....obrigado Elaine e Heitor .





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Brito, hoje fiquei muito feliz !
Meu filho chegou em casa e disse: Pai, uma amiga minha recebeu um livro do senhor de um poeta que promoveu uma palestra no salesiano!!!
Eu disse: É o Brito filho !
Ele arrematou : Ela me disse que o cara era bom prá caramba ! rindo
Respondi : Aquele véio ficou atrevido mesmo. rindo
Obrigado, de coração !
Abraços fraternos



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Esta mensagem

domingo, 26 de setembro de 2010

INTERAÇÃO



A interação

Maninho saiu mais tarde do escritório. Houve uma reunião com os vendedores do interior e para evitar mais um pernoite na capital, o que implicaria mais despesas e um dia a menos de trabalho no campo, a reunião se prolongou mais algumas horas e todo o cronograma foi cumprido.
Diretor de vendas nacional é como comandante de navio, sempre o último a sair.
Solteiro, não havia mais compromissos, foi aproveitar a noite na boate de um amigo; estava a fim de uma companhia feminina, queria o aconchego de um corpo quente naquela noite.
-Olá Cristiano, o ambiente hoje está tranqüilo, pouca agitação.
-Sabe Maninho, às vezes é melhor assim. Ganha-se menos mas aproveita-se mais. Sobra tempo para dedicar aos amigos. Cliente é muito bom mas um papo amigo é muito melhor.
-Escuta, tem ai alguma carta boa na manga da camisa, alguém interessante que você esteja a fim e que não esteja a fim de você?
_ Rapaz, até que tem, sabe? Ontem apareceu uma morena bonita, deve ter uns quarenta anos, alta, esbelta,olhos que prometem. O diabo é que tinha muita gente e precisei me desdobrar com os funcionários. Faça uma figa, quem sabe ela volta hoje.
Maninho pediu o uísque de sempre, se acomodou em mesa em um lugar mais discreto e...
Até que a sua vida era boa. Classe média, tinha feito todas as etapas da carreira de economista, uma MBA em Harvard e uma gerência administrativa em uma grande empresa. Profissionalmente, tudo religiosamente encaminhado. Na vida pessoal é que havia uma indefinição. Não conseguia prender-se a ninguém...por ninguém, leia-se , uma mulher. Exigente? Nada disso...
Percebeu que Cristiano lhe fazia sinais. Olhou para a entrada do recinto e viu. Só o sorriso que ela deu ao amigo, valia a pena passar por qualquer perigo, sobretudo, o de perder a prezada condição de solteiro. Cristiano fez as apresentações e discretamente retirou-se.
- Então você é diretor de uma empresa. Tão novo e já ocupando cargos elevados. Você é bom em tudo o que faz?
- Fui bom em tudo o que fiz até agora segundo os relatórios de avaliações. Mas estamos sendo sempre avaliados. Eu até gosto disso pois posso a cada vez, me superar.
-E pelo seu sorriso, tem conseguido sempre. Mostra segurança e determinação.
-Por falar em determinação, estou determinado a conhecê-la melhor e possibilitar que você também me conheça. Gosto de interação.
_Então façamos assim. Vamos aproveitar um pouco mais, a música está excelente e a bebida, divina. Depois a gente vai continuar com um espumante de ótima qualidade em meu apartamento e dar seguimento à nossa interação, mais sossegados.
_ Bom para mim. Interação, é esse o nome que você dá...legal!
No apartamento as formalidades de praxe. Guardou o casaco dela, colocou-a à vontade, deu preferência ao que ela gostava de ouvir, pediu-lhe que escolhesse a marca do champagne. Não acendeu a lareira porque lareira não havia. Conversaram sobre trivialidades e começaram a interação propriamente dita.
Começaram dançando my way com execução de Fausto Papette. Ele trouxe-a mais perto de si, sentiu o seu hálito quente, acariciou-lhe a nuca e sentiu que ela fazia carinhos na sua. Sentiu que a sua pele reagia....e não só a pele. Ela sentiu a pele...é, sentiu também.
_Acho que é melhor você ir embora.
-Nossa, qual o motivo, o que eu fiz?
-Ainda nada mas eu sinto que você vai fazer.
- Você me assusta, do que você tem medo?
-De amar você. Você ...meu Deus! Não tem mais jeito. Já amo.
Mentira ou verdade foi um reboliço: gravata pra cima da televisão, camisa para baixo do sofá, blusa , sutiã, saia e ...para não sei onde.
E a interação...
Vocês já ouviram falar de uma desgraça chamada lift’n’ shape? Na música Fascinação, há um bom conselho.


Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

EXPERIMENTÂNEA OITO


Foi me dada a honra de prefaciar esta oitava edição do Experimentânea , coletânia de textos do grupo experimental da Academia Araçatubense de Letras.

_Deus, o que dizer?

Fui salvo pela vizinha, que gritou do lado de lá do muro: quem usa, cuida.

Não me canso de dizer o que representa o grupo em minha vida.Aposentado, estava à deriva quando soube da sua existência e a que se propunha. Coloco-me na mesma situação do personagem John Shawnnessy que procurou pela sua Árvore da Vida. Na busca, sem tê-la encontrado, encontrou o amor...eu encontrei o grupo experimental.

Pretendo vê-lo crescendo e honrando àqueles que o idealizaram e a ele se dedicam.

Do experimentânea um até ao oito que ora lançamos, uma história foi contada e os seus participantes escreveram uma bela página na vida literária de Araçatuba. Nos diversos livros, mostrou-se pelas crônicas, contos e poemas,uma diversidade de talentos e capacidade de criação; sobretudo, a sábia decisão da Academia Araçatubense de Letras em dar ao grupo, o seu apoio e prestígio .

Se, como diz o prezado Lorico" somos moços e moças bonitas" e ainda a coordenadora Marianice Paupitz Nucera, que "escrever é um ato reservado às pessoas especiais" sejamos bonitos e especiais em ações que cuidem desse grupo, já que o usamos.

Sejamos dígnos daqueles que se preocupam com a nossa evolução e aqui cito Hélio Consolaro, Cecília Ferreira,Marilurdes Campezzi, Yara Pedro e um carinho muito especial à professora Maria Luzia Vilella, membros da Academia Araçatubense de Letras, da qual tantos nos orgulhamos.


Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

FELIZ NATAL


Feliz natal


José e Cláudio, todos os anos, logo no primeiro dia das férias, colocavam as respectivas famílias nos carros e iam para alguma praia. Gostavam muito de ir para Florianópolis. Alugavam sempre a mesma casa na Lagoa da Conceição, quase ali onde a beira-mar se divide, uma indo para as Canasvieiras e a outra para a Joaquina. Como se diz: na boca do gol.
Um belo ano as férias vieram com certo atraso e tiveram que viajar no dia 24 de dezembro, véspera do natal. Saíram já pelo meio do dia e “ se mandaram” mas como iam com crianças e adolescentes, as paradas eram obrigatórias, o que atrasava a viagem. Era férias, não havia pressa e a alegria reinava.
Por volta das onze horas começaram a procurar um lugar decente para descansar e fazer a ceia natalina. Rodaram mais um pouco e minutos antes da meia noite viram um restaurante, típico de beira de estrada e : é aqui mesmo né Zé.
-Vamos nessa!
Desceram, examinaram o local...meio esquisito
_ Você queria o quê, o meu! Um Fasano aqui neste fim de mundo?
Não era bem o local, sua parte física...era mais os freqüentadores. Havia algo que, se não estava errado, também não estava muito explicado.
_Quer saber, é época de confraternização, de aceitação do próximo, de desarmar os espíritos.
Pediram lá o que comer e enquanto esperavam, ficaram se distraindo com as cervejas, que estavam bem geladas.
Tanto a filha de um quanto a do outro, já meninotas, foram ao banheiro e demoraram mais que o normal; quando já iam ver o que estava acontecendo, as duas apareceram maquiadas; uma maquiagem forte, típica das mulheres da vida airosa:
-Po meu, que diabo é isso?
Quem fez isso em vocês?
-Ah! Duas moças que disseram que somos bonitas e fizeram esta maquiagem na gente.
Para não ferir suscetibilidades, deixaram como estava. Assim que fossem embora, parariam para remover aquela desgraceira. O problema foi convencer a mãe de uma das meninas a esperar: elas estão com cara de biscate...
Enquanto discutiam o fato, o filho de um deles, ai por volta dos cinco anos, sem que os pais vissem subiu por uma escada e sumiu lá pra cima.
- Quem vai buscar?
-Eu não vou,vai você.
Vai você, não vou e de repente o menino desce:
-Pai, tem um homem e uma mulher pelados lá em cima, ele está em cima dela , apertando ela na cama e acho que está batendo na coitada...
O menino não tinha terminado a palavra coitada e as mulheres saíram arrastando tudo, jogando pratos e copos no chão na correria para o carro...morrendo de vergonha.
_ Ah! Meu Deus. Praga de menino, ele não está matando ninguém .
-Uai pai, o que eles estão fazendo, então?
-Eles estão....estão... Já com a sua mãe lá no carro, coisa ruim!
Com eles , estava um sobrinho do José chamado Marcelo, grande músico...desmaiou de tanto rir.
Bem, alguém tinha que pagar as despesas. Houve uma certa demora, ainda havia pratos solicitados que não tinham sido servidos. Procurava-se a possibilidade de embalá-los para viagem, não havia esse tipo de atendimento.
-E ai, vão morar no rende-vouz agora , seus safados. Gostaram de alguma puta?
Os dois chefes de família, homens honrados, saíram sob os xingamentos das “meninas “ e as gargalhadas dos homens presentes.Puta que o pariu, vésp...que véspera que nada, no dia de natal. E o Jesus menino vendo esta desgraceira toda.
Culpado? Só se foi Deus. Quem poderia imaginar que a gente estava parando, para passar a virada de natal, em um puteiro...




Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

sábado, 11 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

OUTRO




UMA ESTRELA PERCORRIA O FIRMAMENTO
NA PLANÍCIE VERDE, UM JUMENTO.
NO QUARTO VAZIO, EM UM COMPUTADOR, OUTRO.
EM OUTRO, LENDO UM MONTE DE MERDA
OUTRO...

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cala a boca, Maurice...




Publicado na Folha da Região
Dia 29 de setembro de 2010
Caderno VIDA - SOLETRANDO - D2






Uma Academia de Letras tem a finalidade de cultivar a língua e a literatura nacional. Temos a nossa aqui em Araçatuba e os objetivos acima mencionados, ela luta por cumprir.
Fui buscar no discurso de Machado de Assis, no longínquo julho de 1987, a certeza de que os nossos acadêmicos procuram atender ao apelo que o grande escritor fez no seu discurso de posse, como presidente:
“ Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira”
Fiat lux....lux, no caso, o Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras.
Criador e criatura, hoje, esquecendo ligeiros e ocasionais percalços, se integram em cultivar a língua e a literatura nacional. Ultimamente, também a literatura “ da casa”, posto que diversos autores da cidade tiveram suas vidas e obras levadas às escolas na Semana da Literatura. O meu grupo, já no ano passado, falou da escritora Rita Lavoyer. Este ano, falamos de Marilurdes Martins Campezzi e de José Geraldo Martinez.
A meninada quis saber sobre eles, o que faziam, onde moravam, disputaram os seus livros e se entusiasmaram...parece que desconheciam que aqui temos os nossos escritores e que eles são tão bons quanto.
“ os confrades e confreiras que, até agora, mais deram respaldo a Helio Consolaro nesta significativa obra que é o Grupo Experimental da AAL... foram Cecília Ferreira, Tito Damazo e Lúcia Piantino”
Ainda estão presentes; mais diretamente Cecília Ferreira, Marilurdes Campezi, Yara Pedro e mais à distância, mas nunca negando uma palavra de incentivo e carinho os demais, dentre os quais, destaco por imperioso, o professor Tito, a acadêmica Maria Luzia Vilela, minha querida amiga e a minha também muito querida, professora Maria Aparecida Baracat.
Mas voltemos ao Maurice, que outro não é senão o Maurice Druon, autor da sanguinária obra Chat dês Partisans; o cidadão, na velhice, deu uma de machista, bombardeando a entrada das mulheres na Academia Francesa de Letras. Dizia que elas, se admitidas, fariam grupos “ tricotando” durante as discussões sobre o dicionário.
Mon Dieu! Não seria “ bunitinho” ver a Lula, a Cecília, a Yara, a Cidinha, a Pinhatino, dona Maria Luzia, fazendo os seus tricozinhos durante as reuniões acadêmicas?
Ainda bem que o Maurice perdeu a batalha; esteja onde estiver, o danado deve estar vendo o que estão fazendo as nossas acadêmicas.
...e Deo Gratias!

Hamilton Brito, membro do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O supino?





O dia mais difícil da sua vida, foi o ontem.
Nele, veio ao mundo em um lar, família classe média , proprietária de terras, gente boa e trabalhadora.
Perto da casa, um rio, uma cachoeira pequena, um remanso onde havia uma bacia natural na qual as mulheres lavavam as roupas.
A vida corria, como se diz: legal.
Um dia, ainda recente na memória apesar do tempo, o menino ficou em pé na porta da cozinha, com as pernas e braços abertos. O cachorro da casa, não tendo por onde passar, passou por entre as suas pernas e o levou junto lá pra baixo..., a casa ficava mais elevada, para evitar os danos do rio, nas enchentes.
Um braço quebrado. Era tarde, quase por anoitecer. Seu tio, colocou-o nas costas e foi rumo à estação para pegar “ o noturno”; o trem já havia partido. Restou uma caminhada de mais de vinte quilômetros até a cidade, onde os cuidados médicos seriam tomados.
O tempo passou, o braço sarou e a vida mudou.
Já meninão, foi estudar para ser padre , por influência do meio no qual vivia e porque alguns amigos disseram que iam,.foi também.
Rezar, estudar, praticar esportes. Quando não era assim, era praticar esportes, estudar e rezar. Vocês sabem o que é o supino? Pois é: ele sabe.
Nos retiros espirituais, por ocasião da semana de carnaval, incomunicabilidade por três dias consecutivos. Formava-se grupo de três seminaristas que caminhavam pelas dependências do seminário, sob observação dos padres e a única coisa permitida era rezar o rosário. Havia um puxador e os outros ficavam com os ora pro nóbis.
Ave Maria, cheia de graça: “cacete, você me deu uma paulada naquele lance”, o senhor é convosco” ah! Você que é frouxo”, bendita sois vós: “ frouxo é sua mãe”.
E assim oravam, conversavam e acho que Nossa Senhora ria lá de cima...corja!
Havia um padre que gostava de vinho.No ofertório, o coroinha colocava três gotas no cálice.O padre ficava esperando, olhando com cara de bravo. O menino colocava mais um pouquinho...nada.O padre ali, olhando feio.O jeito era derramar.Um dia, na sacristia, o padre disse:
-Olha, “firio” io non vô ti excomungá. Vô te quebrar a cara, desgraciato.O vinho é seu?
Deus dispôs e o menino saiu do seminário; aliás, Ele não dispôs. Na verdade, pôs um rabo de saia no caminho do já adolescente, em uma das últimas férias. Viram, contaram para o pároco da cidade e a igreja perdeu, quem sabe, um bispo ou até
mais. Mas o que aprendeu, serviu para a vida. Ficou sabendo a respeito de uma língua, que já era morta; o que deu de trabalho a desgraçada. Foi ali que ficou sabendo do supino, do dativo, do ablativo e outras figuras..
Uma vez, tomando o café da manhã na companhia do bispo, estava descascando a laranja com garfo e faca. A maldita escapou, correu pela mesa, bateu no bule de café, caiu tudo na roupa do santo homem.Foi excomungado.Virou Corintiano
Ad aeternum.Por sinal, aeternum está no acusativo, regido pela preposição ad.
Bem, no seminário a matemática não era lá muito estudada.Padre, já que não aprende a somar, também não multiplica. A divisão que pregam não necessita de cálculos. Só restou ao ex-seminarista, o clássico. Depois fez um curso de letras e por fim, de direito.
Do ontem até hoje...se não caiu do céu, também não teve que cavucar muito. Se houve alguma dificuldade, foi ontem e ele, já era.
O que tinha que fazer na vida, já fez.
Agora, prest’ençao nos filhos e netos...só observando.
Ah! Sim. E o supino?
Dá mais tempo de explicar, não.Perguntem pro Consa, pro Tito, pra Cidinha....

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

VOCÊ É O ESCRITOR


Correspondência recebida do amigo Galeno Amorim,em 13 de agosto de 2010.
Afffff!!!




JoséHamilton Brito,

foi muito legal o final que você escreveu para o meu livro O Menino Que Sonhava de Olhos Abertos. Este é o primeiro passo para que tudo de bom aconteça pra valer e a gente, então, possa viver numa cidade cada vez melhor – que, afinal, cada um de nós ajudou a construir, seja pensando, pesquisando, escrevendo, falando ou fazendo.

Assim, agora somos coautores do livro. Afinal, eu comecei a obra (e escrevi os primeiros dez capítulos) e você terminou, escrevendo o último capítulo com o final que pensou e escreveu. O resultado você pode conferir no site do Projeto Você é o Escritor (www.voceeoescritor.org.br), da Fundação Palavra Mágica.

Você vai encontrar lá uma edição personalizada do livro, com o seu nome e o meu, que somos os autores da obra. E uma coisa muito legal que o pessoal da Fundação Palavra Mágica preparou: você tanto pode acessar e ler o livro que a gente fez, juntos, no site, mas também pode baixar pela internet e imprimir em qualquer impressora.

Foi muito bom ter você como parceiro e coautor desse livro que, no mínimo, nos convida a pensar e agir por um futuro melhor.

Abração do

Galeno Amorim

Senhores e Senhoras

Aqui fala o comandante deste vôo, que ora decola rumo às eleições; façam um bom percurso e que Deus nos ajude.
É comum ouvir de pessoas de “fina stampa” que eleição é isso e aquilo, que o voto não deveria ser obrigatório, que nas eleições as pessoas deveriam ir para um retiro, que não há renovação de políticos e o resultado é a repetição de velhos vícios.
Quem entra para uma disputa eleitoral, acusa o opositor de fazer política com as “ mãos sujas”; bastou ganhar uma eleição e está lá: não há sabão suficiente.
O cenário não muda, os atores não mudam e o que é pior, permanecemos presos às nossas ultrapassadas convicções: não votar é ruim e outras.
Em verdade, digo: não votar com consciência é pior.
Outro dia li uma manchete: “ a esquerda somos nós”; e eu pensando que esse negócio de direita, centro e esquerda, hoje, fosse coisa de mão de trânsito. Nada disso, sem essas baboseiras, como um político-raposa vai filosofar.
“ Falando assim, até parece que o PSDB está à esquerda do PT”,
“ Mas nós estamos à esquerda mesmo”, “ o PT não é esquerda. Já foi”
Parece coisa do Heráclito.
-Uai, esse eu não conheço, candidato a quê?
-Não é candidato, é um filósofo maluco que dizia que o que é, não é. O que não é, é. O que...sei lá mais o quê. Ou seja, para ele tudo se origina na oposição dos contrários.
Quando a Rita Lavoyer deu essa aula de filosofia no Grupo Experimental, pensei: “ Tadinha, ficou igual”.
Quando um governante é pego com a mão na botija, diz que cometeu equívocos. Quando é o adversário,ai sim, é safado, corrupto.
E o Congresso, as comissões parlamentares de inquérito, como diz famosa música: “ tudo acabado e nada mais...”
Chegou a um ponto a encrenca, que uma política aqui da vizinhança disse: “ hoy, resulta que es lo mismo ser derecho que traidor”
Eis a confirmação do que disse aquele maluco: é mas não parece. Parece mas não é. Deus!.
Então, o que se presume, é que deve haver por parte das pessoas de boa vontade, preocupação para que desenvolvam esforços no sentido de convencer a sociedade a se mobilizar para acabar com a ideia que eleição é porcaria, que todos os políticos são corruptos e que nada mais vale a pena. Somos frutos da política vinte e quatro horas por dia. Ao dar uma descarga, haverá injunções de ordem política no fato.
Na eleição, vá para um retiro, não vote e você verá aumentar o número de crianças na rua, o número de desabrigados, maior delinqüência, maior lotação dos presídios, mensalidades escolares mais caras, menos salas de aulas...e o culpado é você. Sem tirar nem por.
Há quem diga que: “ político de carreira é aquele que faz de cada solução, um problema”
Não sei se é verdade ou não. Para que não corramos o risco, vejamos se entre os nomes a serem sufragados na eleição vindoura, existe algum que não se encaixe nesse perfil.
Parece que as coisas estão melhorando. Enquete da Folha da Região mostra que 47.16% acompanham a vida política.Somemos os 36.93% que procuram se informar e teremos um quadro animador.
É bem verdade que os retiros ficarão vazios mas uma oração estará sendo rezada na postura consciente de um eleitor exercendo a sua cidadania.
Talvez seja por onde começar a ter consciência no ato de votar.


Hamilton Brito, membrodo grupo experimental, da academia araçatubense de letras.

domingo, 8 de agosto de 2010

A LÁGRIMA

Uma lágrima é uma lágrima e nada mais. Um pouco de h2O, impregnada de elementos químicos..Nas aulas de anatomia, sua vida é contada, suas qualidades enaltecidas.
Mas é em outro contexto que a lágrima ou o que ela reflete ocupa um espaço, uma maior exploração: o poético. Poesia em toda parte e de todas as formas e se não a citam nominalmente, sugerem-na.
“ E só agora, a partir de agora, posso lhe dar meu colo, tardio de mãe, minha voz solitária, e essa lágrima quente enterrada há mais de um século no aperto inexplicável desse coração de cor vermelho” na poesia “menino de couro” de Hila Godinho. Lágrima citada e sugerida; quase sempre mostrando um coração em frangalhos.
Lágrima de alegria, não dá poesia.
Talvez porque, segundo Rubem Alves “ os olhos dos poetas são sempre olhos que se despedem”
São vertidas por saudade, por existir uma distância, por falta de encanto, por um lugar vazio, um leito frio, por medo de perder, de sofrer e até, de ser.
Elas ocupam sempre um lugar que ficou vazio em nossas vidas. Lágrima e solidão combinam mais que arroz com feijão.
Ah! Foste embora. Deixaste esta vida e foste para o além, onde um dia nos encontraremos, frente aos anjos e arcanjos...Deus do céu!
Lágrima de alegria incontida...alguém conhece algum poema famoso que fale de alegria incontida? Frente aos que falam de miséria, de desgraça, não pagam nem placê.
Lágrima de amor...existe? Tá certo, existe pela falta dele.
Há quem diga que lágrima não faz mal, que lubrifica os olhos e coisa e lousa. Olho lubrificado, alma enferrujada;
Não dá outra. Se for para escolher, eu escolho os colírios.
Às vezes a gente chora por um bom motivo:: lágrima por um justo orgulho. Ver um filho se formando, um neto nascendo e outros mais...mas não, poesia não dá; faltam boas rimas para esse tipo.
Quando, dentro da gente, mora um sentimento bonito, alegria, a poesia, se feita, não faz sucesso...parece praga, sio!.
A não ser em velório, onde se chora acompanhado de outras pessoas, sempre quando a lágrima aparece você está sozinho. “ Na solidão sozinha, eu acordei...” o que tem de poesia começando mais ou menos assim.
Lágrimas de esperança...serão lágrimas doces ou amargas?
O que é esperança? Esperar o que se deseja, mas ainda não tem? Expectativa? Ter fé em conseguir?
Sabe, esse papo de lágrima, já deu o que tinha que dar.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PELAMORDEDEUS!!!!


PelamordeDeus!


Sentimento é uma disposição de afeto com relação a algo ou a alguém e se manifesta em determinadas circunstâncias; pergunto, houve durante esta Copa do mundo um sentimento de brasilidade, como se viu por exemplo, em 1958 ou 1970?
Houve emoção exacerbada como de outras vezes?
Sentimento e emoção caminham juntas e não havia sentimento suficiente para gerar uma forte emoção na torcida brasileira desta feita.
Tratava-se de uma seleção brasileira ou de brasileiros do Milan, do Barcelona, da Inter de Milão; nessa seleção, quantos jogadores atuavam no São Paulo. no Corinthians, no palmeiras, no Inter de Porto alegre , no Botafogo ou Cruzeiro, clubes que estão presentes no cotidiano de todos nós, nas conversas nos botecos ou nos campos das várzeas?
Quem poderia despertar maior sentimento na torcida, o Kaká ou o Ganso, o Luiz Fabiano ou o Kleber, o Josué ou o Hernanes, o Juan ou o Miranda, o Júlio César ou o Vitor; os “ estrangeiros” estão alheios à realidade da pátria e quase sempre, são os piores , fisicamente falando. Onze craques não fazem um time. O que faz um time é uma boa seleção de valores e um bom treinamento
Não é só o Galvão, é a imprensa inteira a mais valorizar quem trabalha na Europa e cercanias. Onde já se viu: na formula um o carro é estrangeiro, a estrutura também, assim como a infra-estrutura e todo o capital envolvido e o Bueno a berrar feito um tarado: Brasiilll! Brasiill! Brasiiilll!!!
No futebol brasileiro, ou mais precisamente, na imprensa esportiva brasileira tem uns “trecos” que não dá para entender. Sei não que diabo de escolas de jornalismo estes caras cursaram. Vivem falando em renovação:
-Que é isso, sio, o Ricardo Teixeira esta há mais de trinta anos na Confederação Brasileira de Futebol; ou sai ou a gente tira o sujeito de lá. Ele é a desgraça.
Imediatamente perguntam:
- E ai Kfouri, quem você acha que é o melhor nome para assumir como técnico na renovação pretendida pela CBF.
_Uai, Felipão ou Luxemurgo.
“ Má “ que bela renovação, cacete.
São bons nomes?
São, claro.Mas se é para renovar, porque não considerar nomes que nunca estiveram lá e que possuem “curricula” abonadores. Quem foi o técnico mais vitorioso nestes últimos anos no Brasil, senão o Muricy Ramalho. O que dizer do jovem e competente Silas ou ainda do bom trabalho do Mano Menezes ou ainda Dorival Nunes?
Para cada jogador que trabalha fora, temos aqui um de valor correspondente; é só convocar os melhores do momento e dar-lhes bom treinamento...será, como diz o seu Zé: macuco no emborná.
Haverá mais identificação, como consequência, mais envolvimento entre seleção e torcida e as emoções transbordarão e serão inesquecíveis, como já se viu.
Gostei quando disseram que a Copa da África foi a bafana, bafana e aqui será a afana, afana. Estádio novo com dinheiro público...tá bom.
Querem que o meu tricolor gaste seiscentos milhões de reais para sediar uma abertura da Copa.Vão sediar abertura na...na...intão, lá mesmo.
É por essas e outras que estou gostando cada vez mais de pescar.



Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras

quarta-feira, 7 de julho de 2010

UM LUGAR ESPECIAL



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UM LUGAR ESPECIAL


Todas as vezes que o litlle Joe quer impressionar uma linda jovem ele a leva até à margem de um grande lago, de onde se descortina uma visão encantadora. Se amar é bom e lindo, ali há a potencialização do prazer.
Quando a lindinha se embasbaca com o espetáculo, o desg...quer dizer, o jovem vaqueiro alia um sorriso número 38 com um olhar 55 e dá o retoque final no seu empreendimento de sedução. Pena que quase sempre, no final do capítulo, a coitadinha morre ou sai de cena. Acho que o produtor ou o diretor do filme tem uma queda pelo artista e...quem usa, cuida.
Aqui um parêntese para um fato e uma pergunta. O fato: Ponderosa é uma imensidão de cactus e pedra. Como aquele povo ficou milionário com gado? São quatro e mais um cozinheiro chinês. Chaparral ainda tem muitos empregados, se vê algumas vacas que adoram comer galho seco e pedra; isso, sem falar no Cochise e sua corja enchendo o...a paciência.
Acho que fazendeiro brasileiro gosta mesmo é de chorar de barriga cheia.
Um lugar especial para viver...
Aqui temos um.
Não viveria melhor à beira mar, desfrutando as visões paradisíacas das chapadas ou os encantos das quedas de água, como as de Iguassu ou Iguaçu, como preferir.
Não há beleza em nenhum canto se na alma não mora o encanto. ( se você conhece quem tenha dito esta frase, ponha aspas.Eu não ponho.)
Outro dia, levei uma dama para ver a luz da lua incidindo no filete de água do nosso riozinho Machado de Mello. Cercava-nos o silêncio da madrugada. Vislumbrávamos pequenas flores dando sinal de vida com a iminente presença do sol. Fiz como litlle Joe, armei meu sorriso 38 mas não deu tempo de armar o olhar:
- Vamos embora...
Ela não se sentiu amada, diriam uns. Tenha paciência, outros.
Mas em mim não aconteceu uma profunda dor ou estado de torpor, não fiquei cheio de frustrações e dúvidas, como acontece nas grandes tragédias, nada de crise exsistencial.
Pensei: não dá com Maria, procuremos Sofia.

Só que não é bem assim. Não se leva a vida dando de ombros. Assim como existem estradas que se bifurcam, temos a que convergem.
Procurarei então o ponto de convergência no meu caminho e lá, por certo, encontrarei alguém que, na pior das hipóteses, queira, porque gosta, ver o “ Machadinho” nas noites de lua.
Assim: beber um chope no Bola ou comer um cupim casqueirado na Chopompeu e na madrugada, ver o riozinho e o sol nascer...seria um belo começo para uma segura indução a um fim sabido e desejado.
Como diz uma letra do Roberto: Se o amor está, tudo faz sentido, tudo é permitido, tudo fica em paz “.
Mas é preciso que tenhamos sensibilidade para ver encanto em qualquer canto, senão, ainda lembrando o Rei: “ quando o amor não está, sob a luz da lua, as pequenas ruas, já não são iguais”


Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

AMIGOS DA SERESTA



GENTE BOA, XÔ DEPRESSÃO!00


É sabido que indivíduos com elevado grau de irritação, podem desenvolver maior risco de depressão, que leva aos problemas cardiovasculares e transtorno bipolar.
Se você está rondando ai por perto, aceite um conselho: Cante.
Entre para um grupo musical, freqüente videokê, karaokê e não sei mais o quê, mas dá um jeito de cantar.
Se tiver que ser, que seja em cima de um palco, na rodinha daquele boteco. É só perguntar por ai onde o Mario Eugênio está aos sábados à tarde e ir cantar com ele.Ele terá prazer em acompanhá-lo ou persegui-lo. Ele persegue o Giba, uai!.
Um grupo aqui em Araçatuba: Os amigos da Seresta.
Ah! Às vezes o bicho pega.
Basta o “menor” não acompanhar o fá e o Beltrão estressa. É só email que rola. Grande músico,letrista, ganhador de concursos. É um grupo coordenado pelo Aurélio Rosalino, sujeito esforçado, motivado e que ama a seresta, amante das valsas ; delas, grande intérprete. Temos todos os tipos na trupe. A corda mi do cavaco do Carlinhos é quebrada de propósito, quando se cansa dos ensaios ou está de bronca com alguém. Tem o violão do senhor Geraldo, magnífico no instrumento ou cantando.
Na percussão tínhamos o Antônio, que é Nico e agora foi incorporado o Osmar e o Alex, neto do Carlinhos, que tem Santiago por sobrenome. Na sanfona (sanfona é a...o nome é acordeon, Mané, dirá o italianinho) temos o Agnaldo.
Temos ainda o Mario Eugênio, que não comparece aos ensaios por motivos óbvios; Os “cantores”...quer dizer, alguns até dão muito bem conta do recado.
Assim, temos o José Soares. Saibam que o Nelson Gonçalves tem a mesma voz do Zé.. Quando ele puxa aquele grave, lembra o famoso cantor. O Amauri Santos tenta seguir os passos do Gregório Barrios e tome boleros. A Deana Inazawa passa veludo na voz ao se apresentar.. A Ana Lúcia canta e encanta. O Colicchio é perfeccionista; também, gravou com Enrico Simoneti, o danado. E a Maria Regina Rocha ,polivalente. Canta, sustenta a fama no violão e no cavaco e ainda arruma tempo para se dedicar às causas filantrópicas.. A acadêmica Marilurdes Campezzi, que além de cantar, orienta a turma nas distrações gramaticais. Maria José. Essa cantora não deve nada às melhores do Brasil.Para fechar bem o texto temos a Suely Cândido. Belíssima voz, experiência e nos ensaios, fica ouvindo e corrigindo o andamento, sugerindo e melhorando a nossa performance. Dr.Renato Monteiro...esse merece um capítulo à parte pela sua grandeza como homem e como músico. O grupo foi enriquecido com as inclusões de Elaine Alencar e Antônia Andreotti.
Nossos ensaios são maravilhosos, mistura de violão com boleros e sambas, piadas, fuxicos, quentão nas noites frias e a “ cevezinha” quando o calor do tempo se associa ao calor humano que emana do grupo.
O homem põe e Deus dispõe, mas se Ele não dispuser, nesse grupo, estas “ coiseiras” que começam o texto, não terão vez.
Bem, eu os apresentei aqui. Nas festivas somos apresentados pela Maria Lúcia, esposa do Beltrão, que com seu pandeiro e beleza, ajuda as mulheres a enfeitarem o grupo.
Ah! Estou lá com eles.


MEMBRO DO GRUPO EXPERIMENTAL DA ACADEMIA ARAÇATUBENSE DE LETRAS

quarta-feira, 9 de junho de 2010

VOCÉ É O ESCRITOR

O Menino que sonhava de olhos abertos
Parabéns!

Agora você também é o escritor.
Primeiro você recebeu o livro O Menino que Sonhava de Olhos Abertos, escrito originalmente por Galeno Amorim. Depois, pensou sobre a história. E, principalmente, sobre como quer que seja a nossa cidade no futuro. E, então, escreveu outro capítulo para esta história. Ou seja, o seu final para o livro!
Clique aqui para acessar O prêmio é meu! e ver como o livro O Menino que Sonhava de Olhos Abertos (do qual, a partir de agora, você é o co-autor, junto com o Galeno) ficou.

Um abraço do Galeno e da Fundação Palavra Mágica
O prêmio é meu!

Nome: José Hamilton Brito
Cidade: Araçatuba./SP

E foi com espírito agitado que Ribeirinho cresceu. Em função da religiosidade da mãe, acabou fazendo seus primeiros estudos em um Seminário. Lá teve que aprender uma nova língua que tinha uns casos chamados nominativos para onde ia o sujeito e o predicativo do sujeito, acusativo que era o caso do objeto direto, que a preposição ad regia objeto direto... Nossa!!! Uma confusão dos diabos!!! Ainda bem que mataram a maldita Língua e ele não se ordenou.

Fora do Seminário, fez um curso de Letras e um outro de Direito e até que se aposentou. Meio perdido na vida, ficou sabendo de um grupo que se dedicava às coisas da Literatura. Era um grupo criado e orientado pela Academia de Letras da cidade. Fez sua inscrição e participou com entusiasmo das atividades do grupo: encontros, palestras em escolas, saraus, publicação de livros, redigiu textos para o melhor jornal da cidade, dentre outras atividades.

Todos os anos, a Secretaria de Cultura da cidade, promovia um concurso nacional de contos, com dois níveis: um nacional e outro regional. Ribeirinho se inscreveu. Nesta altura dos acontecimentos, já era avô, pois até para fazer jus a sua condição, o tempo passou como um flash, mas aquele garoto de outrora continuava ali dentro dele.

Tanta era a ansiedade, que sonhou que recebera um telefonema.

- Aqui é da Secretaria da Cultura, o senhor está convidado a comparecer na Câmara Municipal para receber o prêmio de primeiro lugar do concurso de contos.

- Minha Nossa Senhora!

Dentro do mais belo terno que pode encontrar, se apresentou. Foi com toda a família, melhores amigos e conhecidos do Grupo Experimental e da Academia de Letras da cidade.

Algo fez Ribeirinho parar e pensar que nunca tinha feito planos para tudo aquilo... as coisas iam aparecendo e ele ia aceitando ou não e a vida... indo. Se o desfecho que se pronunciava em sua vida era o melhor ou não, preocupado não estava; aliás, nunca esteve. Estresse? Uai, o que é isso?

Característica mantida desde os tempos de criança: ainda era um perguntador de mão cheia; na verdade, nunca pedia nada para Deus. Era mais de agradecer. Mas corria atrás. Tinha a mais absoluta convicção de que cada um tinha que fazer a sua parte. Certo ou não, agir era preciso. Assim, como navegar.

O sonho tornou-se realidade. Conquistou o esperado prêmio. Na Câmara estavam presentes muitas das pessoas às quais ele tinha incentivado para que buscassem prazer na literatura. Foi o jeito que encontrou para preparar a sua comunidade para o futuro. Não plantou árvores, ou melhor, poucas, mas escreveu livros e os distribuiu o quanto suas posses o permitiu.

Ali, parado, em frente à mesa da Presidência, rodeado por todos, chegou a seguinte conclusão:

- Cheguei lá... o lá é o aqui e o agora... então o prêmio vai... para miiimmmm!!!!!

sábado, 29 de maio de 2010

Tardes de músicas agradáveis!

Reunião de amigos dá nisso uma boa cantoria!
Clique na foto para ampliar!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O velho e o barco






Em baixo da figueira que ficava pouco acima da queda d’água, o velho barco estava preso à margem por uma cordinha, que mais cedo ou mais tarde seria rompida pelo tempo.
Acontecesse durante a noite e ficaria à deriva e sabe-se lá onde iria parar...mas era um velho barco, que se danasse.
-Ingrato, quantas vezes você me acordou de madrugada para irmos ao rio; quem adorava remar de manhãzinha para ver o sol nascer? . Lembra que eu, você e o barco formávamos uma trindade, que se não era santa, era uma verdadeira poesia: um velho, seu neto e um barco emoldurados pelos primeiros raios de sol da manhã.
Maurício, já engenheiro formado, veio passar férias no sítio que pertenceu ao avô e que agora era administrado por um tio; de posse de umas latinhas de cerveja, tinha se ajeitado perto do velho curral e estava ali a observar o rio da sua infância, enquanto o cine do tempo fazia passar cenas de sua vida.
-Puxa vida, vô , para que serve esse velho barco, ninguém mais está a usá-lo, se ele se romper de sua amarra, irá parar nas mãos de alguém que ainda possa dele usufruir.
-Filho, esse barco sou eu; você quer que eu me vá?
O jovem engenheiro acendeu um cigarro e riu.Lembrou-se da primeira vez que fisgou um belo barbado e não agüentava trazê-lo para o barco.Pediu ajuda do avô e esse disse não:
-Você o fisgou, o peixe é seu, arrume-se com ele.
Comeram-no ensopado, preparado pela avó; vencera a sua primeira batalha, dela se lembraria para sempre e seu velho avô era personagem importante no feito.
Outro personagem era o barco; algumas tábuas soltas, o número da licença já apagado mas a proa ainda apontando firme para frente, pronto para seguir, obediente aos remos ,se não tivessem ido com as águas da última cheia.
Alguém já disse que o silêncio é uma rua de janelas fechadas; ali naquela paz, o seu mundo e tudo o que amou um dia estava à mostra de maneira escancarada, sentia até o cheiro do fumo do cigarro de palha que o velho fumava.
Abriu outra cerveja; seus pensamentos fizeram com que esquecesse a latinha já aberta e o líquido esquentou....estava chorando.
-Vô, onde está aquele molinete e aquela vara amarela que o senhor comprou para mim?
-Uai, vai lá no celeiro, tira aqueles arreios para um lado, que ela deve estar ali em baixo do girau; inclusive, seu moleque, é preciso engraxar o molinete.
-Ah! Tá...
O avô, apesar de ter comprado para ele um molinete, gostava mesmo de pescar com as grandes e fortes varas de bambus.Não permitia que ninguém pescasse com elas:
-_Sabe filho, se outro usar, , tira a embocadura.
_ Vô, o que é embocadura?
-Embocadura é...olha lá, sua avó esta chamando.
_ Não quero ir agora, vamos ficar mais um pouco.
Não é que ele escutou mesmo a voz da avó chamando
e dando bronca :
-Leôncio, você coloca mau costume no Maurício, vou falar pra Ritinha não deixar mais ele vir aqui no sítio.
-Você agora é um doutor, meu neto; meu orgulho maior.Nunca permita que este sítio se perca e, sobretudo, cuide do velho barco. Ele é um elo muito forte entre nós dois. Eu, você, o rio e ele seremos eternos, pois somos um só.
Como já era noitinha, um vento mais frio vindo do lado sul, os últimos raios de sol se misturando com as águas calmas que iam, Maurício saiu do seu enlevo e caminhou em direção a casa.
No caminho, lindas flores silvestres; fez um pequeno e lindo buquê, contornou o velho poço artesiano, abriu a pequena grade e depositou o mimo entre duas sepulturas.


José Hamilton Brito, membrodo grupo experimental da academia araçatubnense de letras

sábado, 1 de maio de 2010

PENSANDO




Ah! estive pensando.


E se a gente se amasse?.


Deus! como seria bom.


Tudo...tudo seria melhor.


Bem melhor que sua vida


ou ainda, que minha vida.


Pensa, uma só canção.


Um mesmo, único tom.


Quão bela seria a serenata.


Eu, um eterno apaixonado.


Você, para o amor, inata.


Apenas eu e você.


Entre nós...só Deus.


Para que mais...


O mais belo dueto de amor.


As chuvas do verão


as folhas secas do outono


fazendo para nós


linda percussão.


Os dias, se alternando,


os momentos, se sucedendo.


O amor em um crescendo


como final de ato clássico.


Acertemos, desta dança, o compasso.


Façamos uma soirê só nossa.


E, num movimento troppo andante


te amarei, o quanto possa.




membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.






segunda-feira, 26 de abril de 2010

Não é mera coincidência




Publicado no jornal Folha da Região
CADERNO VIDA -
quarta feira - 26 de maio de 2010





. ..e não é mera coincidência.



Pode ser; realmente as coisas ficam estacionadas em algum lugar e, de repente, afloram.
Elas têm importância para quem são importantes: para o Hamilton foram.
Um dia, ainda adolescente, saiu de um seminário e precisava se matricular na rede oficial de ensino. Os currículos das instituições eram diferentes. Então, precisou submeter-se ao exame de adaptação nas matérias de português, ciências e desenho... precisou de professores para prepará-lo.
Na matéria língua portuguesa, recebeu orientação de uma jovem professora: seu nome, Maria.
Fez o ginásio e depois matriculou-se no curso de formação de professores primários. Lá estava Maria, já formada e dona da cadeira de português. Encontrou-a novamente quando fez o curso de letras na faculdade da cidade. Não a encontrou na faculdade de direito, porque ela, bacharel , lá não foi lecionar.
O tempo não foi embora em um flash.
Demorou e Hamilton chegou à aposentadoria. Não estava preparado para ela; ficou perdido, sem rumo...infeliz.
Um dia, no jornal da cidade, leu: Grupo Experimental da Academia convida interessados que gostem de literatura para comparecerem...
Como passou a vida em uma profissão na qual o estudo era específico para desempenhá-la bem, nunca teve tempo para a literatura e seus deliciosos ingredientes.
Foi. Chegou quietinho, ouviu.
Na segunda vez...ouviu
Na terceira...não ouviu; um professor, daquele tipo invocado disse:
- Uai! A criança não fala?

Conheceu pessoas maravilhosas: cronistas, contistas, poetas fesceninos ou não e orientadores seguros e abnegados.
Como se diz no populacho: gamou.
Participando ativamente, evoluiu. Se incluiu em todos os eventos que envolvessem o grupo, como saraus e outros movimentos literários .Em um deles, patrocinado pelo melhor jornal da cidade, participou da publicação de um livro de crônicas, homenageando pessoas ilustres da terra; nele, teve a honra de biografar Maria, já então emérita professora e ocupando uma cadeira na Academia de Letras local. Seus textos, como os do grupo , eram publicados nesse jornal, posto ser ele um grande incentivador da cultura , sobretudo , da região.
Um dia, sonhou.
Sonhou que ganhara em primeiro lugar, nível nacional, um concurso de contos promovido pela Secretaria da Cultura da cidade. Prêmio a ser entregue na Câmara Municipal, com todos os membros da Academia de Letras presentes, seus amigos e famíliares.
Apresentou-se para recebê-lo acompanhado das netas; uma delas, de três anos. Foi convidado a falar...a neta mais nova não quis deixá-lo:
_ Ah! Vou ficar com você, vô.
Contou sua história e a importância do Grupo Experimental na tentativa de, outra vez, ser feliz.
_ Eu consegui! Por mim e por elas....Por ela.
Antes do encerramento, Maria pediu a palavra:
- Senhores e senhoras, é com muito prazer que...
- Bom dia! Oito horas - informa o serviço de despertador da telefônica.
Dizem que para Deus, nada é impossível, quem sabe...um dia.







Membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

O REPRESENTANTE




O propagandista de laboratório farmacêutico, chamado de representante...se existe uma raça danada, essa é uma.
Eu pertenci a esse grupo por anos; hoje, aposentado, evito pensar nele. Dói...e doeu até eu descobrir que eu não precisava de uma pasta para ser feliz.
Trata-se de um profissional preparado para identificar problemas, encontrar soluções e criar oportunidades em um mercado altamente complexo e sofisticado, como o farmacêutico. Existem empresas especializadas em criar campanhas de comunicação estratégica mas ele é o responsável para colocar em prática, ali nos consultórios médicos, nos ambulatórios e pontos de vendas, sozinho, o que dezenas e até centenas de pessoas elaboraram..
Então, se aprimora em três princípios básicos: o da atenção, o da objetividade e o do respeito.
Um bom representante é assim . Eu fui um deles, se tenho um orgulho, é esse.
Havia um temor : a evolução da internet como nova mídia vai extinguir a profissão. .
Todavia,há um estudo que mostra que " as palavras" são responsáveis por nove por cento do entendimento; a " tonalidade da voz" representa trinta e seis por cento e a "linguagem corporal " cinquenta e cinco por cento.Ou seja, falar com ALGUÉM da mesma espécie é melhor do que " falar" com um email ou site.
O ser humano será sempre fundamental.
" os segredos da profissão estão na mala do propagandista"
Um bom treinamento ensina , além das técnicas de comunicação, questões de anatomia, fisiologia e farmacologia. Embasarão os contatos com médicos, enfermeiros (as) , profissionais esses, que dedicam carinho e atenção , não sendo raro o surgimento de amizades duradouras entre uns e outros.
Um representante é um ser solidário, basta um deles cair no desemprego para os demais sairem à procura de uma vaga onde colocá-lo.
-Então você o recomenda, você o conhece bem?
-Nossa Mãe! ponho minha mão no fogo por ele - mesmo que queime, pensa - é de dentro de casa, um irmão.
Quantas vezes um colega está dinheiro para as viagens no setor e trabalha no carro do amigo, concorrente direto. Como visitam o mesmo médico e na mesma hora, a coisa fica mais ou menos assim:
_Doutor, represento o laboratório tal e tenho aqui o melhor antibiótico do mercado pelas características e benefícios tais.
Em seguida, vem o outro e conta a mesma história de outro antibiótico do MESMO princípio ativo, só que de nomes fantasias diferentes.
E o médico ouve os dois atentamente, deve rir intimamente e o barco "anda" com os seus felizes ocupantes.
Isso, absolutamente,não acontece em outra ´profissões.
Vendo um deles por ai, com a famosa pasta na mão, pode crer: trata-se de um grande sujeito.
Ah! são tantos nomes : Pandolfi, Ailton, Turcão, Daniel, Patinha, Aleixo, Maniçoba, Borsári, Gamaliel, Norberto, Galdeano,Minoru,Delfino,Oswaldo,Fabião, Sadam, Isique, Senise, Toshio, Lima, Zazão, Carlinhos, Vanni...esse, um grande supervisor, a quem dedico esse texto.
Alguns, já assistindo ao espetáculo bem juntinho Dele.
Outros ainda na ativa.
...e eu, com saudade de tudo e de todos.


José Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O QUE FAZER







Trabalhou a vida inteira.Amava o que fazia; era uma atividade dinâmica. A competição , acirrada.Justificava-se tanta garra com a necessidade de ganhar o sustento da família. Havia, no íntimo, uma mola poderosa que o impelia cada vez a dedicar-se mais. Queria, na verdade ser o melhor. A estrela que mais brilhasse. Ser apontado como o de carreira mais promissora. Havia sempre dois ou três que deveriam ser observados, pois eram os que com ele mais competiam pelo lugar mais alto no podium. Não há quem não queira o sucesso e isso não é pecado. Colocar o produto no melhor ponto de venda, fazer a operação mais lucrativa e fazer convergir sobre ele os olhos admirados dos superiores. Ganhar os prêmios e comissões, chegar em casa e ver o orgulho estampado nos rostos da esposa e dos filhos. Quantas noites em claro, lutando para entender o desgraçado do tal de ciclo RAA, uma maldita de uma renina que sob a ação de um angiotensiógeno se tranformava em angiotensina um e que...puxa vida.E não soubesse essas desgraceiras todas pra ver. Mas era bom chegar nas convenções e ganhar o videocassete dado ao primeiro lugar na simulada médica.
Quantas foram as madrugadas nas quais pegava o carro e ia cobrir o setor de trabalho ou para as reuniões de ciclo, nas quais os resultados eram cobrados , os novos objetivos traçados e as avaliações de conhecimento eram feitas.
Toda essa carga de responsabilidade, tendo, em muitas ocasiões, um filho doente no berço ou uma dívida pendente.
Havia é verdade, toda uma acessória auxiliando na preparação do profissional e dando-lhe suporte mas, em quantos momentos foi decisivo o fato eles se bastar. Não tinha essa de se tornar celebridade, mas quando os holofotes o procuravam nos eventos internos da empresa, tudo se ajustava na cabeça, as emoções do reconhecimento fazendo esquecer todas as agruras.
A alternância entre os momentos de doçura e os de amargura eram tão repentinas, que não havia tempo para o prazer ou o sofrer...Mas o pouquinho de prazer que se conseguia, era eterno. Esquecia-se do resto.
Mas essas coisas não são próprias somente dessa atividade. E daí, não se está falando de todas, mas de uma só...A dele.
De repente, um flash de amargura vem com o quantum de tempo já ido. Olha em volta, vê uma garotada, vê antigos colegas, competidores dignos já com os chinelos e pensa: está chegando a hora. E quando chegar a minha ?
-Deus, afaste este cálice de mim.
Mas Ele não tem muito a ver com isso, tudo fruto da nossa própria organização de vida. Será procurado para dar conforto nas horas de amargura, servir de lenitivo, fazer o papel de Pai.
De repente e não mais que de repente.."cadê você, cadê você...outros repetem as suas jogadas...no vídeo taipe da vida,a história gravou"
Um dia, levantou-se para a jornada diária de trabalho. Como fazia sempre, foi barbear-se.
No espelho, o "outro" lhe disse, quase que sussurrando:
_ Vai dormir, seu tonto. Você já era.