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domingo, 8 de agosto de 2010

A LÁGRIMA

Uma lágrima é uma lágrima e nada mais. Um pouco de h2O, impregnada de elementos químicos..Nas aulas de anatomia, sua vida é contada, suas qualidades enaltecidas.
Mas é em outro contexto que a lágrima ou o que ela reflete ocupa um espaço, uma maior exploração: o poético. Poesia em toda parte e de todas as formas e se não a citam nominalmente, sugerem-na.
“ E só agora, a partir de agora, posso lhe dar meu colo, tardio de mãe, minha voz solitária, e essa lágrima quente enterrada há mais de um século no aperto inexplicável desse coração de cor vermelho” na poesia “menino de couro” de Hila Godinho. Lágrima citada e sugerida; quase sempre mostrando um coração em frangalhos.
Lágrima de alegria, não dá poesia.
Talvez porque, segundo Rubem Alves “ os olhos dos poetas são sempre olhos que se despedem”
São vertidas por saudade, por existir uma distância, por falta de encanto, por um lugar vazio, um leito frio, por medo de perder, de sofrer e até, de ser.
Elas ocupam sempre um lugar que ficou vazio em nossas vidas. Lágrima e solidão combinam mais que arroz com feijão.
Ah! Foste embora. Deixaste esta vida e foste para o além, onde um dia nos encontraremos, frente aos anjos e arcanjos...Deus do céu!
Lágrima de alegria incontida...alguém conhece algum poema famoso que fale de alegria incontida? Frente aos que falam de miséria, de desgraça, não pagam nem placê.
Lágrima de amor...existe? Tá certo, existe pela falta dele.
Há quem diga que lágrima não faz mal, que lubrifica os olhos e coisa e lousa. Olho lubrificado, alma enferrujada;
Não dá outra. Se for para escolher, eu escolho os colírios.
Às vezes a gente chora por um bom motivo:: lágrima por um justo orgulho. Ver um filho se formando, um neto nascendo e outros mais...mas não, poesia não dá; faltam boas rimas para esse tipo.
Quando, dentro da gente, mora um sentimento bonito, alegria, a poesia, se feita, não faz sucesso...parece praga, sio!.
A não ser em velório, onde se chora acompanhado de outras pessoas, sempre quando a lágrima aparece você está sozinho. “ Na solidão sozinha, eu acordei...” o que tem de poesia começando mais ou menos assim.
Lágrimas de esperança...serão lágrimas doces ou amargas?
O que é esperança? Esperar o que se deseja, mas ainda não tem? Expectativa? Ter fé em conseguir?
Sabe, esse papo de lágrima, já deu o que tinha que dar.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

Um comentário:

Rita Lavoyer disse...

Ri ri ri ri ri ri ri ri ri,
tô morrendo de rir
ri ri ri ri ri ri ri !!!!!!!!!!!!!!!

Há há há há há há há
tô morrendo de gargalhar
Há há há há há há !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Viu só como o início dos nossos nomes só dão alegrias?