Meu primeiro livro virtual

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A LISTA


A LISTA


Ainda há pouco um telefonema...esses telefonemas no meio da noite!!!
- Lastimo comunicar que o padre Cláudio, faleceu.
Por um laço de gratidão, sempre pensei mais no amigo, que no padre; não o via há tempo.
Ele faz parte de um passado onde só havia uma máquina produtora de sonhos, nada ainda de realizações, a não ser, cumprir s compromissos do dia-a-dia. Tudo e todos se foram, como sempre foi na minha vida: só eu a ficar.
Isso até pode ter o seu lado positivo, afinal...
Afinal, o que eu preservei, além da saudade...
Nada foi o que eu sonhei mas eu me reconheço no espelho do tempo, cuja face eu vejo agora...nada é o que eu achei que seria: mas o que vejo me agrada.
Acho que não joguei nada fora. O tempo foi levando sem me pedir licença.
Mistérios..,nem os dogmáticos. Nunca me preocupei com mistérios, entendê-los ! O melhor em mim sempre me acompanhou, não sou melhor agora porque sou o que sempre fui.
Nunca fui de condenar mentiras. Acho que elas ajudavam a viver. Quantas situações embaraçosas uma boa mentira ajudou a evitar. As canções que nunca cantei , não as canto agora também...não me considero um sobrevivente. Sou mais que isso. Seria desmerecer o meu passado, tudo e todos os que estiveram comigo no caminho da minha vida, se me julgasse um mero sobrevivente.
Nunca tive segredos. Sempre fui um livro aberto e não era escrito em grego.Para o bem ou para o mal, sempre procurei a transparência...mesmo mentindo algumas vezes.

Minhas mentiras caíram sobre mim mesmo, daí estar em paz.

Ah! de uma coisa eu tenho a mais absoluta certeza, assim como Deus existe: todas as pessoas que me amavam, ainda me amam...estejam onde estiverem.


José Hamilton Brito, membro do grupo experimental da Academia Araçatubense de Letras


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