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quinta-feira, 2 de junho de 2011

PRESERVANDO A TRADIÇÃO


Preservando a tradição


há quem diga que o mundo não tem jeito, que as pessoas, sobretudo os jovens, não prezam mais os valores e os costumes dos seus.
Não preservar a tradição é não termos meios de, através da nossa historia, saber o que somos e porque somos.
Nas Culturaças, a cada mês realizadas em uma praça da cidade, levadas a efeito pela Secretaria da Cultura , vê-se que não é bem assim. Que a premissa com a qual comecei este texto, não é verdadeira. E não cheguei à conclusão usando método dedutivo ou indutivo...apenas compareci aos eventos, que a propósito, deveriam ser mais prestigiados pela população, sobretudo por aqueles que fazem cultura em nível, digamos, mais elevado. Eles poderiam, inclusive, participar e mostrar outras possibilidades, plantando no seio do segmento cultural chamado popular, o interesse pela cultura mais erudita.
Alem dos tradicionais cantores de moda de viola e outros estilos sertanejos ou ainda da presença dos blocos das folias de reis, vi com satisfação gente nova, moças da mais elogiável beleza, mantendo a tradição e preservando, por exemplo, a catira.
Você por exemplo, sabe o quê do catira?
Afinal, é o catira ou a catira...pode ser os dois.
Saiba que ela é do folclore brasileiro. É aquela dança na qual os dançarinos batem os pés no chão ao som das violas, na maioria das vezes, duas. Tem uma coreografia que quase não muda, apenas sofrendo alguma variação, dependendo do local onde é preservada.
Os índios e os peões são mais citados como os que lhe deram origem, não descartando, porém, os negros.
No início era uma dança executada só por homens, que, colocando-se em duas fileiras, seguiam o toque da viola executando o chamado “ rasqueado”. Assim, batiam os pés dando pulos e batendo palmas no ritmo dos instrumentos. Depois as mulheres começaram a dançá-la.
Homens e mulheres usam trajes comuns, geralmente calça, camisa, botas, camisa e gravata, dando preferência às cores fortes, vistosas.
Como instrumento, as violas; as palmas sempre acompanham as notas emanadas das cordas.
Outra manifestação popular é a folia de reis. De origem portuguesa, é um auto de natal.Recorda a visita dos três reis magos ao menino Jesus que nascia. O Terno de reis, o Rancho e o Bumba-meu-Boi são as danças dramáticas. O mais característico das folias é a Bandeira.Há quem diga que milagres foram realizados por ela. Casas são escolhidas para serem visitadas. Os blocos são compostos de um número que varia entre 10 e 20 pessoas.
E não temos só as duas citadas, como manifestação cultural popular no Brasil. Ainda temos o jongo, a congada, Moçambique, lundu, calango e outras mais. Quantas dessas você conhece?
Em nossa região vemos mais a folia de reis e a catira, mas outras, como exemplo, o Vale do Paraíba, preservam o jongo e o caxambu para eternizarem a memória dos negros que constituíam a mão-de-obra escrava daquela região.
Mas na verdade com este texto, quero homenagear a moçada que se preocupa em manter o ideal de cultura dos seus pais, preservando a memória e a tradição da sua gente. Enquanto tantos jovens estão pelos shoppings e nas baladas, desfilando seus modelitos, moças tão bonitas quanto não se envergonham de serem chamadas de caipiras e se apresentam cheias de graça e beleza, seja nos tablados populares, seja nos palcos sofisticados.
“ Quando eu morrer , minhas memórias vão se perder. Mas não quero que se percam. Tenho de dá-las para alguém que tome conta delas...”. Assim disse Rubem Braga.
Estão todos de parabéns. Uns por terem mantido suas tradições e outros por continuarem a fazê-lo.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras, da ciadosblogueiros.blogspot.com,do site araçatubaeregiao e da AVPB.

Um comentário:

Cidadão Araçatuba disse...

Parabéns pelo texto! As gerações tem sido bombardeadas por tudo que é estrangeiro. Pois teoricamente tudo que é de fora é melhor. Nós enquanto povo é que deveríamos acordar e por conseguinte acordarmos os jovens para a nossa cultura, nosso folclore, nossa música, nossos artistas, enfim para a nossa cultura. Infelizmente o que acontece é que a juventude acorda para a cultura massificada, fácil de ser digerida, pois essa, está na TV,Cinema e Internet de forma fácil, gratuita e abundante.Mas que temos a OBRIGAÇÃO de resgatar esse sentimento, concordo plenamente com você!
Abração!