Meu primeiro livro virtual

domingo, 5 de outubro de 2008

MEU TIPO INESQUECIVEL


MEU TIPO INESQUECIVEL


Provavelmente estarei cometendo plagio começando este texto desta forma, mas o que há de se fazer: ela é meu tipo inesquecível.
Quem foi ela?
Foi alguém que tinha o habito de encontrar formas de ajudar a quem dela precisasse
Dedicou toda a sua vida à sua igreja, às suas obras de caridade, aos seus doentes, enfim ao próximo, estivesse ele próximo ou longe.
Foram muitos os empreendimentos que levou até o fim, auxiliada por pessoas também maravilhosas; cita-las todas me é impossível, pois que naqueles tempos eu ainda nem adolescente era direito. Algumas ficaram nas minhas lembranças: O senhor João Gomes Guimarães, sempre elegante e que foi meu primeiro patrão, tendo me ensinado minhas primeiras lições de responsabilidade e dedicação ao trabalho, uma vez que todas as tardes eu estava com ele no prédio em construção da Creche Santa Clara de Assis datilografando as correspondências endereçadas aos deputados, senadores, e instituições governamentais pedindo ajuda financeira para a obra em andamento.
Lembro-me das reuniões nas quais ele, D.Elza, D.Martina Rico, D.Maria dos Anjos, Senhor Antonio Fileto faziam planos para arrecadar contribuições; antes, já tinham construído a capela do cemitério e o centro social São José.
Não havia atividade na matriz, aquela outra mais bonita e majestosa, não sei o porque de a derrubarem, na qual D.Elza não estivesse participando como mentora e organizadora. Quantas vezes o Raimundo, o mais famoso sacristão que conheci, ia lá em casa em busca de alguma ajuda para uma ou outra atividade. Até monsenhor Victor Ribeiro Mazzei, muitas vezes lavou as mãos e deixou que ela resolvesse alguma pendenga.
Enquanto vivia para os outros e suas obras, nunca se descuidou da família... aqui começa o que ela representou para mim, meus irmãos e primos.
Viúva e ainda jovem, foi com seus dois filhos morar com a mãe, também viúva e com filhos ainda para criar; uma nas maquinas de costura e a outra nos serviços da casa e criaram filhos, irmãos, sobrinhos e alguns agregados, que amor pouco era bobagem.
Religiosa, vibrou quando eu quis ser padre e lá fui para o seminário; aprendi as coisas do Senhor, a declinar os substantivos, a conjugar os verbos, para que caso ia o sujeito e os objetos até descobrir que o padre que eu queria ser era bem outro... como era uma intelectual Aristotélica, daqueles que ensinam mas não impõe, a nada obrigam deixando que as pessoas tomem suas próprias decisões, assim como me ajudou a ir me ajudou também a voltar.
A sociedade Araçatubense lhe outorgou o titulo de Cidadã Araçatubense e perenizou o seu nome com esta Creche aqui do bairro Umuarama
Tinha que ser creche infantil.
Passou por muitos infortúnios, mas como era uma sobrevivente nunca desanimou, sempre manteve a disposição de seguir em frente.
Em toda a minha vida, nunca a chamei de Dona Elza por isso achei estranho faze-lo agora.
Chamava-a de madrinha.
Como eu a via?
Sei lá...
Só sei que a amei.
Que a amo e amarei sempre.

Um comentário:

Marcelo Brito disse...

Já vi que dá pra passar madrugadas mastigando e me alimentando do seu blogg!
Seu tipo inesquecivel esta presente nas minhas mais remotas lembranças. Uma das maiores referências de autoridade com amor e amor com autoridade que sempre lembro ao longo dessa minha "formação" que nunca vai ter fim. Sua madrinha, D. Elza, pra mim, tia Elza.
Nossa tio!, como é bom ver que as pessoas podem ser realmente imortais.
Nas lembranças elas não morrem nunca.