Meu primeiro livro virtual

quinta-feira, 4 de março de 2010

MON DIEU !

ARTIGO PULICADO NO JORNAL
FOLHA DA REGIÃO
CADERNO VIDA - D2
dia 10 de março de 2009
- SOLETRANDO - artigo@folhadaregiao.com.br



Ricardo, de repente, estava com o bolso cheio de dinheiro....e sem emprego. Qual a providencia nessas ocasiões? Sem dúvida, buscar logo uma nova ocupação e se possível, tão boa como a anterior.
Mas qual o que...
-Não quero nem saber...” se eu morrer amanha..." hoje eu vou viajar, completou, usando a mesma melodia.
E foi assim, como esse pensamento, tirado de uma letra de samba que tomou a decisão.
-Pai, vou conhecer Paris.
-Tá doido, filho. Desempregado e vai viajar para a Europa. Quando você voltar, vai estar mais duro que...bem, hoje em dia, não sei mais.
-Olha meu velho, vou trazer uma nora francesa, muito da linda e doida, daquelas que saibam dançar o can can.
O pai duvidou, a princípio achou que era da boca para fora mas de repente.
-Pai, leva-me para pegar o avião em São Paulo?
_Uai, eu falei que iria...
Quando chegou no aeroporto de Paris, sentiu até falta de ar; não acretitava, aquilo era muito mais do que imaginava.
-E agora, meu Pai, o que faço, por onde começo.
Pegou um táxi, tentou conversar com o motorista:
-Mon amie, je sui três fatigué. Je querrô um bonne hotel.
-oui, oui.
Enquanto o táxi percorria as ruas, foi vendo: primei-
Ro a famosa Torre Eiffel, os grandes magazines, até chegar ao hotel. Nem descansou direito.Banhou-se, colocou uma roupa limpa e rua.No saguão, pensando que estava no Brasil, perguntou em tom , lá alto, aqui natural, como chegava ao metrô. Logo foi admoestado:
-Docteur, silence; qui est-ce!
-Cacete, povinho cheio de frescura.
Comprou um carnê do metrô e começou a turnê pelo centro. Champs Ellysées; chegou à Estação Charles De Gaulle Etoile, dando logo de cara com o Arco do Triunfo...gelou, quase caiu das pernas. Mas precisava delas e continuou.Logo mais o largo Place de la Concorde.
-Monsieu, pardon...
-Hein! não entendo. Je ne parle pas votre...não, não estou falando...diabos!
Não entendia muita coisa...mas via, que cego o tonto não era.
Alta, cabelos pretos, olhos mais verdes que o mais verde das águas do mar, o sorriso era uma canção de ninar.
-Por favor, entendes a minha língua?
-Sim, eu faço curso de línguas e estudo a sua. Se você quiser , eu posso servir de cicerone, assim pratico um pouco.
-Que lindo, então aqui é o Jardin des Tuilleries, Musée du Louvre. E assim ela foi mostrando.No outro dia, encontraram-se novamente e pela Rue de la Varenne chegaram até Museu Rodin. Também conheceu o Musée D’Orsay. Atravessou o Senna pela ponte de pedestres Solferino e tirou varias fotos.
Ainda teve tempo de conhecer Église de Sacre Coeur e mais um dia se foi.
Convidou a deusa para passar a noite com ele no Reginne...
-Você não acha que é prematuro, nos conhecemos há pouco. N’est-ce pás, monsieur?
-C' est vrai, madame...
-Bem, já que concordou, eu aceito.
O coitado quase teve um infarto.
-Escuta, você sabe dançar o can can?
Ela sorriu um sorriso que parecia mais um hino ao amor que um sorriso e disse:
-Filho, acorda, você me pediu que te chamasse as oito.


José Hamilton da costa brito, membro do grupo experimental da academina araçatubense de letras.

4 comentários:

Rita Lavoyer disse...

Conto é conto. Quem o quiser melhor que conte outro.

Ventura Picasso disse...

Bom dia, Zemirtus: Mãe é, sem dúvida um mal necessário; no decorrer da leitura eu queria perguntar: Vous pouvez m'inscrire sur la liste d'attente"? Mas, ela no fim, melou o sonho do personagem, e eu fiquei na mão! Caraca que maldade...
Gostei das mal traçadas, muito legal.
Forte abraço,
Picasso.

Allan Vidigal disse...

Hamilton, obrigado pelos generosos comentários. Aproveitando, se gostou das bobagens que estão por lá, dê uma olhada em http://palavraporrada.blogspot.com
Abraço,
A.

Allan Vidigal disse...

Hamilton,
O Palavra-Porrada está começando a colher material para a edição de março. Te interessa participar? São dois ou três poemas curtos por autor e vai ser nos mesmos moldes do #0, que você viu esses dias: dois destaques e mais 11 escritores "anônimos".
Qq coisa me responde pelo email allan.vidigal@terra.com.br
Abraço,
A.