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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CANÇÃO DE AMOR

Canção de amor

Os olhos... tinham uma cor de...sei lá, acho que Deus ainda não revelou ao homem um adjetivo que possa descrever tanta beleza.
A boca, lábios carnudos; os cabelos pretos e levemente ondulados desciam sobre os ombros, qual singelos fios de água, correndo pelas pedras.
O corpo... não era apenas uma questão de simples simetria. Passava mais que isso. Estava mais para sinfonia. N ao uma daquelas tipo Nona, daquele alemão , primo do Alzheimer e sim uma lembrando Vivaldi, bem suave. Olhando para ele, ouviam-se os querubins e serafins sussurrando uma canção de amor.
Depois chamam de fetiche a fixação por determinada parte do corpo. Alguns, mais tontos, gostam de pés e mãos... eu acho que mamei pouco.
Se há um lugar na terra no qual quero morrer, este é em um colo de mulher; melhor, daquela mulher. Ainda nem tão mulher assim. O criador ainda trabalhava naquele corpo de menina-moça e vocês sabem como Ele é generoso quando escolhe uma para tornar realmente bela.
Já tentei compará-la com tantas coisas: com uma flor, com a estrela mais brilhante, com a ravina mais verde, com o canto do pássaro mais canoro, com um sorriso de criança, com a dignidade de um rosto marcado pelo tempo.
Aqueles olhos... seriam verdes? Olhos verdes, já disse um poeta, são traição. O modo direto de olhar, a firmeza em sustentá-lo revelavam, no entanto, dignidade de caráter.
Pernas longas em um corpo longilíneo mostrando um equilíbrio entre as belas partes que compunham um todo mais que perfeito.
Não vou dizer que é uma deusa para não desmerecê-la; as deusas que conheço, inclusive aquelas mais bonitas da mitologia grega ou romana, ficam a lhe dever. As do mundo contemporâneo, as chamadas fashion, top model ou sei lá mais o que... tadinhas.
Cristo, que mulher é essa?
Então, estou aqui tentando descrevê-la, mas não encontro palavras. Comprar um dicionário? não vai adiantar.
Existem mulheres que são a imagem viva do pecado; o que ela passa não tem nada a ver. O Criador não daria a ela esse papel, mas eu adoraria pecar com ela, mesmo que tivesse de queimar eternamente em todos os fogos de todos os infernos e ter ainda como castigo, torcer pelo Corinthians.
São tantos os detalhes perfeitos. Pintá-la como descrevê-la só mesmo, só mesmo... só mesmo quem? Deus já a fez, retratá-la cabe a nós e nós, pobres de nós...
Se eu pudesse pararia o tempo, prendê-la-ia; mandaria em seu coração, penetraria na sua alma e faria das nossas vidas, uma linda canção de amor.


José Hamilton da Costa Brito, membro do grupo experimental da academia experimental de letras.



Um comentário:

Rita Lavoyer disse...

Que cantem os anjos a teu louvor. Amém