Meu primeiro livro virtual

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

BONSAI


Crônica publicada na Folha da Região
Caderno Vida - Sétima arte
10 de fevereiro de 2010


Acho que fomos, quando jovens, mais flexíveis, nossos ramos em formação facilitaram fazer a ligação entre eles, que compunham a árvore que nascia.
Os bonsaístas que Deus colocou em nosso caminho, trabalharam bem.
Araçatuba daquele tempo.... Reputo-a menos liberal que a de hoje, as fronteiras sociais eram mais delimitadas. Exemplo, quem não fosse sócio do clube top da época, só tinha as brincadeiras dançantes espalhadas pela cidade, mormente pela Floriano Peixoto. Pode-se citar ainda o clube dos bancários, convergência dos incluídos e dos excluídos. A seara era imensa e seus frutos , variados.
De árvores em formação, hoje temos conjuntos harmoniosos em suas mais diversas manifestações.
Na advocacia, figuras como os desembargadores Lourival Ferreira dos Santos e José Pancotti, advogados como Lúcio Colichio, Habib Gahname, Napoleão Xavier, Hideo Shinzato, Jarbas Rister, Nelson Pereira de Souza; na engenharia Mauro Rico; na música Marcelo Amorim, Mário Eugênio,Cesar Menezes; na medicina, Dr, Glenn Wood, Newton e Luiz Carlos Coelho; no magistério, professor Consolaro, Cidinha Baracat, Cecília Ferreira, Rita Lavoyer, Yara Pedro , Tito Damazo; nas artes plásticas, Simone Gava. Empresários como Heitor Gomes, Ademir Ferrari, Miguel Isique. Representates comerciaiss como Ailton Alves Santos da Silva, Cláudio Roberto dos Santos Panfolfi. Verdadeiros bonsais, árvores perfeitas, se constituindo nos alicerces da Araçatuba de hoje.
E foram um dia, trabalhadas com carinho, pois eram protagonistas daquelas cenas da cidade de antão, furando fila na sessão das seis do cine São Francisco, queimando aquele barbante que fedia pra desgraça , jogando-o do Pullmam ou ainda levando o senhor Francisco, porteiro do Bancários, na conversa, pra entrar de graça, nos eventos. Tinha até um que, pra farrear mais comodamente, colocava o Jeep do pai dele na”banguela” e a gente saia por ai...depois, tinha que colocar o desgraçado no muque, pois a rampa da varanda era alta.O que não fez isso, fez aquilo.
Ah!os bonsaistas?
Sou uma árvore que já deu os frutos que tinha que dar e falharei ao não citar nomes, mas: Adelino Marques e dona Maria, Humberto Lupus, Flordelis Prates, Jorge Correia e a linda Magali, Dona Aerostina, Ruth Figueiredo, Prof. Arnot ,Sara, Sílvio Venturolli, Laura Cintra, Maria Luzia Vilella e os mais elegantes e gentis que conheci, professor José Raab e LaurestoRufino; depois na Faculdade, curso de Letras, Mister Decker, Tinti, Lázaro Penteado,Adauto, Norma Geraldi. No curso de direito, João Alves, Nelson \Lappa, Alfredo Yarid, Antônio Carlos Debatim Cardoso, Romeu Salles, Emílio Baroni, Habib Gahname,Clemente Cavazana, que me perguntou no exame oral da OAB,onde a vítimma, no homicídio doloso, respondia o inquérito
Souberam nos dar o sol, á água, a iluminação e a adubação, fazer as podas necessárias para que nos transformássemos em sadias plantas; umas belas e outras mais belas ainda. Com eles, aprendemos a atravessar as estações de nossas vidas.
E assim fizeram porque amavam o que faziam e, uns ainda fazem, pois adquiriram experiência junto a cada planta da qual cuidavam.


José Hamilton da Costa Brito, membro do grupo experimental da academia Araçatubense de Letras.

Um comentário:

Rita Lavoyer disse...

Obrigada por lembrar-se de mim em seus textos.