Meu primeiro livro virtual

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Em paz... comigo

Ondas agitadas pelo vento forte.
Não existe limpidez, o rio ainda...
Poluição, a mesma de minh alma.
Meu espírito anseia...o que ele quer, não sei.
Percebo, como disse Mia Couto:
¨prisões não são paredes¨.
Medo , amargura...são minhas paredes.
Recluso na imensidão do que vejo
E o que vejo?...o nada, nada mesmo.
Assombra-me esta rotina que não muda.
Olho para o passado, tento entender o porquê.
Procuro um antídoto para um veneno
Cuja letalidade é matar devagarzinho,ser inclemente.
COmo as armadilhas surgem todos os dias
Estou sempre aqui, me sinto mais seguro.
Nasci e me criei nas margens deste rio
Como o salmão retorno sempre...
Tal como o peixe, procuro a morte e a vida.
Estou só, contemplativo: comigo o sofrimento
Que, diga-se, contrasta com a beleza da natureza.
Há muita vida ao redor e eu aqui, assim...
De repente, me dou conta, há vida...
Então, que direito tenho eu de...não pode ser.
Fui ferido sim, mas alguma ainda tenho.
E há remédios e se não há, como diz o ditado
Remediado está...
Assim como o salmão, na dualidade da vida e da morte
Encontro no rio e em suas ondas que vêm e vão
Uma lufada de esperança...sou outro.
O mundo já não está tão sombrio...
Nem as águas do rio.
O meu peito ainda anseia.
Anseia viver em paz...comigo.

Nenhum comentário: