Meu primeiro livro virtual

segunda-feira, 7 de julho de 2008

VULGÍVAGAS

Vinha de lá...
Era uma garota de boate.
Não sei a cor...azul , não era.
A saia, mini...o decote, maxi.
Os saltos dos sapatos, altos.
O juízo, baixo...
Quantos anos?talvez uns vinte.
Parecia inoc...não, não parecia...
Passou por mim, sorriu.
Menina de transas, não é mais criança...
Na hora, o que me veio à cabeça...
Tanto pra pensar e eu...música.
Má quà, como cantava a Dóris
O que será, será...
Convidei-a para um café, bar da esquina.
Os presentes olharam...olhos de fome...
-Teu nome ?
-Deixa pra lá, nesta vida....nome...
Parecia a irmãzinha de alguém
Na verdade era...de quem?
Além do nome oficial, não tinha parentes
Também sem passado e sem futuro.
Menina de transas...o dia foi ingrato.
Como eram ingratos, sempre: por mais que faturasse.
Fazia...sem emoção maior.
Contou-me a sua história...seria estória?
De qualquer forma, origem?...escória.
Os entendidos chamam de excluídos.
Caminhando pela calçada, no horizonte o sol, novo dia.
Sempre um novo dia...menos pra ela.
Condoído, peguei sua mão...macia.
Fazia com ela, carinhos que não recebia.
É raro o homem que faz carinho em...pagam.
-Quer subir? Eu moro aqui.
Querer, eu queria...podia?
Roubei-lhe um beijo...sim, roubei.
Deus, era o tipo certo da mulher errada.
Roubar um beijo de uma mulher daquelas..só eu.
Mas sou eu quem agora está aqui...assim
Na boca, nada ficou...
Na alma, enraizou.

Nenhum comentário: