Meu primeiro livro virtual

sábado, 19 de julho de 2008

MAIS UMA DE PESCARIA


Final de semana, relatórios prontos e deixados no correio para seguirem para as respectivas empresas, aprovação das pertinentes e respectivas e , acho, com os olhares rogando pragas das sogras, fomos, os seis mosqueteiros para a beira do rio tietê.

Uai, éramos seis, fazer o que...

Angai, lugar muitas vezes visitado, tínhamos conhecimento de cada ponto daquele lugar, onde o peixe apareceria com mais facilidade para nossos vorázes anzóis, que infelizmente eram manejados por inábeis mãos.

Bem, sempre tem um ïnxirido¨ para dar as mais malucas idéias e foi o que aconteceu: vira o Souza e diz:

-Moçada, vamos locar cascudo na corredeira?

Para quem não sabe, a gente leva o bote no meio da corredeira, joga a poita (poita é âncora de bote) e depois vai se deslocando nas pedras, com todo cuidado para não rolar na água, até porque se rolar e não se quebrar nas pedras, vai cair lá embaixo, na grande queda d¨água...e ai, meu, tá

fu...

Algumas horas depois, sacos cheios de cascudo, nos preparsmos para voltar para o rancho.

Antes , uma boa, eu mais o meu amigo Ailton, procurávamos cascudo no mesmo lugar: eu enfiei a mão na loca e peguei um cascudo. Puxava com força, o cascudo parecia que estava saindo, mas voltava...diabo...do outro lado da loca, acontecia a mesma coisa com o Ailton. Depois de um tempão, eu falei:

-Ailton, larga o teu peixe, que o meu sai.

Dito e feito, o peixe era o mesmo, eu segurando a cabeça e ele o rabo. Melhor nem falar no festival de impropérios...

Todos no bote, momento delicado, pois assim que a poita fosse retirada, a força do motor de popa impediria que o bote descesse rio abaixo, rumo a queda de água próxima. O Ailton, sempre ele, estava em pé , com o remo na mão, o Batata gritou para o Souza puxar a poita e acelerou o motor...o eixo da hélice quebrou no tranco que houve.

Bote desgovernado, momento crítico, o Batata grita:

-Joguem a poitaaaaaaa.

O Ailton atira o remo lá no meio da corredeira...sem motor e sem remo.

Olha, eu nunca vi falarem tanto nome feio na minha vida, alguns inéditos.

Imediatamente, todos para a água, para segurar o bote na unha.Po, no meio da corredeira, entre as pedras, foi uma ralação geral...mas seguramos o baita.Também, se não segurássemos, a missa de vinte anos seria hoje.

E ai, na caixa de ferramentas não havia outro. Bem, o Batata pegou um alicate, deu uma ärranjada¨ no eixo quebrado, colocou-o no lugar e...orações, muiiittaaass orações.

Se não desse certo, remember, o Ailton havia jogado o remo na corredeira: não que aquele único remo fosse funcionar ali, mas poderíamos tirar o bote empurrando e uma vez fora da corredeira, usar o remo...mas o remo...

Bem, nossas orações foram ouvidas, o eixo não quebrou e saimos da situação com vida.Não é exagero dizer que saimos com vida daquele imbróglio.

Depois, limpar cascudo, três sacos cheios...Deus do céu...

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